AS TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO DISPOSITIVO DE CUIDADO NO FAZER SAÚDE

Autores

  • Alana Hoffmeister Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • Fabiana Schneider Pires Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.54909/sp.v2i1.88881

Resumo

Este trabalho relata a experiência vivenciada por um grupo de pais/responsáveis de crianças com dificuldades de aprendizagem que participaram do Projeto de Educação e Ação Social no município de São Leopoldo, em 2014. O Grupo foi iniciado como um espaço onde os participantes (com idades entre 25 e 67 anos) poderiam falar sobre suas expectativas, sentimentos relacionados aos filhos, medos, entre outras coisas. Após encontros no formato de roda de conversa, os pais/responsáveis demonstraram interesse por outras formas de vivenciar aquele grupo. A partir da demanda do grupo os encontros passaram a ter um novo formato, desta vez, no laboratório de informática do projeto. Essa ação efetiva de vontade de mudança e de devir fez com que o grupo escolhesse o caminho das tecnologias e através disso pudessem dar novo movimento a essa experiência. Podese compreender essa desconectividade/ruptura como um movimento de reconexão no qual as coisas começaram a fazer mais sentido no e para o grupo, emergindo novas formas e daí dar continuidade ao processo de aprendizagem. Foram 9 encontros com o uso de tecnologias, dentre elas: Filmes do Youtube; Facebook; Word2007; Cinema. O primeiro contato dos pais/responsáveis com as tecnologias evidenciou as dificuldades relacionadas a esse uso: ligar o computador, utilizar o teclado ou digitar. A partir destes momentos foi então acontecendo um aprendizado coletivo, ao ritmo de cada um e do coletivo, por vezes mais lento e por vezes muito dinâmico. Essa aprendizagem, que a princípio era algo que todos saberiam fazer, foi uma tarefa de vários encontros. A estratégia de educação para aproximar os adultos das tecnologias de comunicação e informação foi desenvolvendo-se à medida que as dificuldades surgiam, naquele grupo e nos encontros: colando no teclado papeizinhos para mostrar os comandos do teclado, aumentando a letra, ajustando o espaço entre uma palavra e outra, criando um e-mail e perfil no Facebook. Dentre as atividades propostas de aprendizagem estavam: encontrar conhecidos e parentes no Facebook e adicioná-los; tirar fotografias e anexar ao perfil no Facebook, criar um grupo coletivo no Facebook do grupo Sala de Espera (que passou a ser Grupo da Família). Alguns com mais dificuldade na escrita, por não terem sido alfabetizados, ficaram com tarefa das fotografias e foram auxiliados pelos outros participantes. Em relação a essa aprendizagem, foi possível identificar e tornar claro para muitos as dificuldades a partir do aprender novas habilidades com os primeiros contatos com as tecnologias e que estas poderiam ser as dificuldades vivenciadas pelos filhos na escola. Da mesma forma foi um desafio para a profissional envolvida com o grupo deparar-se com as demandas que uma prática coletiva e problematizadora de educação e saúde requer:  a educação em saúde como processo político pedagógico, pois são atitudes e movimentos que exigem o desenvolvimento de um pensar crítico e reflexivo, permitindo enxergar a realidade e propor ações transformadoras que levem o indivíduo à sua autonomia e emancipação como sujeito histórico e social, capaz de propor e opinar nas decisões de saúde para cuidar de si, de sua família e de sua coletividade e foi possível identificar isso por meio da interação do grupo e das atividades desenvolvidas. 

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Biografia do Autor

Alana Hoffmeister, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Psicóloga, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde – Mestrado Profissional da Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS.

Fabiana Schneider Pires, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professora do Departamento de Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia e do Programa de PósGraduação em Ensino na Saúde – Mestrado Profissional da Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS.

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Publicado

2018-12-15

Como Citar

HOFFMEISTER, A.; PIRES, F. S. AS TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO DISPOSITIVO DE CUIDADO NO FAZER SAÚDE. Saberes Plurais Educação na Saúde, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 19–19, 2018. DOI: 10.54909/sp.v2i1.88881. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/saberesplurais/article/view/88881. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

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