Transgeneridades em Performance: desobediências de gênero e anticolonialidades das artes cênicas

Autores

Palavras-chave:

Transgeneridades, Performance, Anticolonialidades, Corporalidades, Arte e Pedagogia de Gênero

Resumo

O artigo apresenta os dispositivos cênicos da performatividade transgênera em face aos percursos práticos e teóricos de ruptura anticolonial das normas do corpo. Interroga-se aqui a medida em que as desobediências de gênero são fator imprescindível na luta contra o projeto de poder colonial, destacando como o eurocentrismo e a branquitude estão amalgamados aos preceitos da cisgeneridade compulsória como política dos corpos. Trata-se aqui de duas performances: Tetagrafias e Tran(S)arau (Coimbra/Portugal, 2015 a 2017). Assim sendo, evidenciam-se os aspectos coercitivos da cisnormatividade como concepção hegemônica e colonial de corporeidade em cena e no cotidiano.

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Biografia do Autor

Dodi Leal, Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB

Travesti educadora e pesquisadora em Artes Cênicas. Professora Adjunta do Centro de Formação em Artes (CFA) e do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC) do Campus Sosígenes Costa (CSC) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Doutora em Psicologia Social (IP-USP), com estágio doutoral no programa de Doutoramento em Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, concentração na área de Estudos Teatrais e Performativos. Licenciada em Artes Cênicas (CAC/ECA/USP). Habilitada em Cinema e vídeo no Baccalauréat interdisciplinaire en arts da Université du Québec à Chicoutimi (UQAC, Québec-Canadá). Foi Visiting Scholar em: 1) Latinx Theatre Project Class at the Program of Spanish & Portuguese Studies of the Department of Languages, Literatures & Cultures of College of Humanities & Fine Arts of University of Massachusetts Amherst - United States of America e 2) Contextual Painting course at the Academy of Fine Arts Vienna - Austria. Técnica em interpretação teatral pelo Teatro Escola Macunaíma. Bacharel em Ciências Contábeis e mestre em Controladoria e Contabilidade (FEA-USP), onde pesquisou métodos dramáticos no ensino da Contabilidade e o Teatro do Oprimido no programa de Orçamento Participativo de Santo André. Estudou Teatro do Oprimido com Augusto Boal e CTO-Rio, participando de diversos festivais nacionais e internacionais. Acompanhou o trabalho de grupos e curingas de TO no Brasil, Argentina, Turquia, Espanha, Inglaterra, Portugal, França, Chile, Bolívia e Canadá. É autora dos livros teóricos: 'LUZVESTI: iluminação cênica, corpomídia e desobediências de gênero', Editora Devires (2018) e 'Pedagogia e Estética do Teatro do Oprimido: marcas da arte teatral na gestão pública', coleção Pedagogia do Teatro da Editora Hucitec (2015); e do livro de poesias 'De trans pra frente', Editora Patuá (2017). Co-organizou, juntamente com Marcelo Denny, o livro 'Gênero expandido: performances e contrassexualidades', Editora Annablume (2018). Na UFSB atua nos cursos de graduação 'Bacharelado Interdisciplinar em Artes' e 'Licenciatura Interdisciplinar em Artes e suas Tecnologias' (1o ciclo) e 'Artes do Corpo em Cena' (2o ciclo), bem como na pós-graduação 'Especialização em Dramaturgias Expandidas do Corpo e dos Saberes Populares' (3o ciclo). Desde novembro de 2018 coordena o 'ILUMILUTAS - Grupo de Estudos em Iluminação Cênica e Processos Sociais', ligado ao CFA/UFSB. Linhas de interesse: Iluminação Cênica; Teatro-Educação; Performance e Novas Tecnologias; Artes do Corpo em Cena; Produção Teatral; Recepção Teatral.

André Rosa, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Ator/Performer, Docente e Pesquisador em Artes da Cena com doutorado em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra/Portugal, mestrado em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Licenciatura em Educação Artística (Dança e Teatro) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Desenvolve pesquisas (teóricas e práticas) que convocam dissidências epistêmicas, sexuais, linguísticas, espirituais e raciais entre a Performance e a Pedagogia (Estudos da Performance, Arte da Performance, Pedagogia Crítica, Teoria Queer, Estudos Feministas e Estudos Anticoloniais). Recria e (re)inventa as suas fraturadas subjetividades com o auxílio das artes da cena e performáticas: atualmente é docente da Licenciatura em Teatro da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Foi professor de teatro, dança e performance nas Universidades Federais da Bahia, Sergipe, Santa Maria e Rio Grande do Sul, e integrou alguns coletivos artísticos, dentre os quais se destacam: Núcleo Vendaval, Teatro Gente-de-Fora-Vem, NuMiollo e Família Varnel. Recentemente, fundou o Movimento Sem Prega (Brasil/Portugal), que abrange um conjunto de pessoas e atividades de diferentes campos de investigação cultural, política e linguística, funcionando como uma estrutura laboratorial nômade em performance, dança, teatro e pedagogia, atuando na produção de espetáculos, performances, oficinas/workshops, assessoria artística/cultural e terapêutica.

Publicado

2020-06-26

Como Citar

Leal, D., & Rosa, A. (2020). Transgeneridades em Performance: desobediências de gênero e anticolonialidades das artes cênicas. Revista Brasileira De Estudos Da Presença, 10(3), 01–29. Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/presenca/article/view/97755

Edição

Seção

Performance e Transgênero