Os sentidos de divulgação científica nas teses e dissertações brasileiras: mapeamento inicial
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583201842.232-250Palavras-chave:
Produção de sentidos. Divulgação científica. Análise de discurso.Resumo
Apresenta uma análise de sentidos sobre divulgação científica (DC) em teses e dissertações brasileiras sobre o tema. Empreende-se um mapeamento inicial dos trabalhos, com a descrição das áreas de pesquisa e referências bibliográficas de seis teses e 44 dissertações. Partindo-se da perspectiva teórica das teorias da linguagem e do discurso e dos conceitos de memória discursiva e interdiscurso, analisam-se os sentidos sobre DC dos resumos de dez trabalhos. Os estudos mapeados são de variadas áreas científicas, reforçando a DC como um objeto transdisciplinar. Os sentidos de DC alinham-se aos universos de: (1) imagem institucional de universidades e centros de pesquisa; (2) educação científica formal e informal; (3) espaços interativos, transitando entre sentidos tecnicistas, participativos e reflexivos. Assinala-se a validade da metodologia de análise de discurso para se investigar as historicidades de conceitos científicos.
Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação científica e divulgação científica: aproximações e rupturas conceituais. Revista Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. 1 esp., p. 1-12, 2010.
BUENO, Wilson da Costa. O jornalismo científico no Brasil: os desafios de uma longa trajetória. In: PORTO, Cristiane de Magalhães (Org). Difusão e cultura científica: alguns recortes. Salvador: EDUFBA, 2009. p. 113-125
BUENO, Wilson da Costa. Jornalismo Científico no Brasil: aspectos teóricos e práticos. São Paulo: ECA USP, 1988. v. 1.
BUENO, Wilson da Costa. Jornalismo científico: conceito e funções. Ciência e Cultura, Rio de Janeiro, v. 37, n. 9, p. 1420-1421, set. 1985.
BUENO, Wilson da Costa. Jornalismo científico no Brasil: compromissos de uma prática dependente. 1984. Tese (Doutorado em Comunicação) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1984.
BUENO, Wilson da Costa. O jornalismo como disciplina científica: a contribuição de Otto Groth. São Paulo: ECA USP, 1972.
CALDAS, Maria das Graças; ZANVETTOR, Kátia. O estado da arte da pesquisa em divulgação científica no Brasil: apontamentos iniciais. Ação Midiática, Curitiba, n. 7, p. 1-11, 2014.
CALDAS, Maria das Graças. Divulgação científica e relações de poder. Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. 1 esp., p. 31-42, 2010.
CALDAS, Maria das Graças. Mídia, educação científica e cidadania. In: REUNIÃO BIENAL DA REDE PARA A POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE, 9., 2005, Rio de Janeiro. Atas... Rio de Janeiro, 2005.
CALDAS, Maria das Graças. O valor do conhecimento e da divulgação científica para a construção da cidadania. Revista Comunicação e Sociedade, São Paulo, n. 56, p. 9-28, 2011.
CASTELFRANCHI, Yuri. Por que comunicar temas de ciência e tecnologia ao público? (Muitas respostas óbvias... mais uma necessária). In: MASSARANI, Luisa (Org.) Jornalismo e ciência: uma perspectiva ibero-americana. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010. p. 13-21.
CASTELFRANCHI, Yuri. As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e inexorabilidade. Tese (Doutorado em Sociologia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
CASTELFRANCHI, Yuri. Ethos e práticas no funcionamento da tecnociência contemporânea. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA, 14., 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Sociologia, 2009.
COURTINE, Jean Jacques. Quelques problèmes théoriques et méthodologiques en analyse du discours, à propos du discours communiste adressé aux chrétiens, Langages, Paris, v. 15, n. 62, p. 9-128, 1981. Número temático “Analyse du discours politique”.
FEYERABEND, Paul. Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977.
FLORES, Natália Martins; GOMES, Isaltina. O público da divulgação científica no paradigma da cultura participativa. Ação Midiática, Curitiba, n. 7, p. 1-15, 2014.
FOUCAULT, Michel. L’ordre du discours. Paris: Éditions Gallimard, 1971.
FOUCAULT, Michel. Les mots et les choses. Paris: Éditions Gallimard, 1966.
LEVY-LEBLOND, Jean-Marc. (Re) mettre la science em culture: de la crise épistemologique à l’exigence éthique. Courrier de l’environnement de l’INRA, Paris, n. 56, p. 7-16, 2008.
MASSARANI, Luisa. Comunicação da ciência e apropriação social da ciência: algumas reflexões sobre o caso do Brasil. Unipluriversidad, Medellín, v. 12, n. 3, p. 92-100, 2013.
MASSARANI, Luisa. Jornalismo científico no Brasil: um panorama geral e desafios. Salto para o Futuro, Brasília, v. 20, n. 1, p. 22-27, abr. 2010. Divulgação científica e educação.
MASSARANI, Luisa (Org.) Ciência & criança: a divulgação científica para o público infanto-juvenil. Rio de Janeiro: Museu da Vida, 2008.
MASSARANI, Luisa. A divulgação científica no Rio de Janeiro: algumas reflexões sobre a década de 1920. 1988. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1988.
MOREIRA, Ildeu; MASSARANI, Luisa. Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil. In: MASSARANI, Luisa.; MOREIRA, Ildeu C.; BRITO, Fátima. (Org.). Ciência e público: caminhos da divulgação científica no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Ciência, 2002. p. 43-64.
ORLANDI, Eni. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2002.
PAVEAU, Marie-Anne. Memória, des-memória, a-memória: quando o discurso volta-se para seu passado. Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação – EID&A, Ilheus, n. 5, p. 137-161, dez. 2013.
PAVEAU, Marie-Anne. Les prédiscours. Sens, memoire, cognition. Paris: Presses Sorbonne Nouvelle, 2006.
SANTOS, Boaventura Sousa. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
SHIRKY, Clay. A cultura da participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
VOGT, C. A espiral da cultura científica. Com Ciência, Campinas, n. 45, jul., 2003.
VOGT, Carlos. Ciência, Comunicação e Cultura Científica. In: VOGT, Carlos. (Org.). Cultura científica: desafios . São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. p. 18-26.
ZANVETTOR, Kátia; CALDAS, Graça. Divulgação científica e interdisciplinaridade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 39., 2016, São Paulo. Anais... São Paulo: Intercom, 2016.
Apêndice A - Dissertações analisadas
CARMO, Vanessa Aparecida do. A divulgação científica nas universidades do Grande ABC: Inovações ou repetição de formatos? 2015. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, 2015.
FRANCA, Andressa de Almeida. Divulgação científica no Brasil: espaços de interatividade na Web. 2015. 136f. Dissertação (Mestrado em Ciência, Tecnologia e Sociedade) - Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo, 2015.
IWATA, Adriana Yumi. Alfabetização e Divulgação científica de química por meio da produção de histórias em quadrinhos e atividades educativas não-formais. 2015. Dissertação (Mestrado em Química) - Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2015.
MARTINS, Jefferson. A divulgação pública da ciência em prol do desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Paraíba. 2013. Dissertação (Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Regional) - Universidade de Taubaté, Taubaté, 2013.
MATEUS, Wagner de Deus. A divulgação científica na página web do PPGEEC/UEA: contribuições para a educação científica. 2013. Dissertação (Mestrado em Educação de Ciências na Amazônia) - Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, 2013.
OLIVEIRA, Isabel Cristina de. Ciência que encanta e [des]encanta: a comunicação científica e os INCTS – Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. 2013. Dissertação (Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local) - Centro Universitário UNA, Belo Horizonte, 2013.
PEREIRA, Danilo Nogueira. A visão de ciência propagada por Carl Sagan. 2013. Dissertação (Mestrado em Divulgação Científica e Cultural) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.
RODRIGUES, Meghie de Sousa. Modelos em divulgação científica e internet no Brasil: que caminhos? 2015. Dissertação (Mestrado em Divulgação Científica e Cultural) Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.
VEIGA, Ana Paula Soares. Comunicação pública e popularização da ciência: o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e suas unidades de pesquisa. 2015. Dissertação (Mestrado em Divulgação Científica e Cultural), Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.
VICENTE, Natali Ilza. O uso do Twitter e facebook para divulgação científica: um estudo netnográfico em perfis de bibliotecas universitárias federais do sul do Brasil. 2015. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão da Informação) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Natália Martins Flores, Maria Ivete Trevisan Fossá
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados neste periódico pertencem aos autores, e os direitos da primeira publicação são garantidos à revista. Por serem publicados em uma revista de acesso livre, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em atividades educacionais e não-comerciais.
A revista utiliza a Licença de Atribuição Creative Commons (CC BY-NC 4.0), que permite o compartilhamento de trabalhos com reconhecimento de autoria.
Auto-arquivamento (política de repositórios): autores têm permissão para depositar todas as versões de seus trabalhos em repositórios institucionais ou temáticos, sem embargo. Solicita-se, sempre que possível, que a referência bibliográfica completa da versão publicada na Intexto (incluindo o link DOI) seja adicionada ao texto arquivado.
A Intexto não cobra qualquer taxa de processamento de artigos (article processing charge).
