A semiótica das imagens-pulsão no filme Cisne Negro (2010)
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202152.109455Palabras clave:
Cinema, Imagem-pulsão, Semiótica, Primeiridade, SecundidadeResumen
Este artigo tem como objetivo analisar, sob o viés teórico de Charles Sanders Peirce, a constituição das imagens-pulsão presentes no filme Cisne Negro (2010), de Darren Aronofsky. Para tanto, entendemos que a imagem-pulsão, tipo de imagem-movimento criada e desenvolvida por Gilles Deleuze, é formada pelo mundo originário e pelo meio derivado, podendo ser entrópica e/ou cíclica. São as pulsões do bem e do mal, corporificadas nas figuras do cisne branco e do cisne negro, que permeiam o longa-metragem de Aronofsky. Assim, através da análise de cenas e fotogramas, abordamos como se dá a manifestação e o funcionamento dessas imagens-pulsão pelo prisma semiótico. Concluímos, corroborando a hipótese de Deleuze, que a imagem-pulsão se encontra entalada entre uma imagem-afecção e uma imagem-ação pelo fato desse signo cinematográfico não constituir necessariamente um ícone ou um índice, mas ocupando um espaço alocado no vácuo entre os dois, instaurando, dessa forma, uma sensação constante, compreendida no limiar entre um fenômeno de primeiridade e outro de secundidade peirceana.
Descargas
Citas
ASSIS, Machado de. Contos escolhidos. São Paulo: Martin Claret, 2012.
BELLOUR, Raymond. Pensar, contar: o cinema de Gilles Deleuze. In: RAMOS, Fernão (org.). Teoria contemporânea do cinema, volume I. São Paulo: Editora Senac-SP, 2005. p. 233-252.
CARVALHO, Cíntia Paula Andrade de; VIEIRA, Nancy Rita Ferreira. A metamorfose do cisne: do ciclo da “noiva animal” ao mito do duplo. Revista Vozes dos Vales da UFVJM, Diamantina-MG, v. 1, n. 2, p. 01-15, out. 2012.
CISNE negro. Direção: Darren Aronofsky. Produção: Scott Franklin, Arnold Messer e Brian Oliver. Intérpretes: Barbara Hershey, Jamie Wolf, Mila Kunis, Natalie Portman, Vincent Cassel e Winona Ryder. Roteiro: Andres Heinz, John McLaughlin e Mark Heyman. Estados Unidos: Fox, 2010. 1 DVD (108 min.), son., color.
DELEUZE, Gilles. A imagem-movimento: cinema I. Tradução Rafael Godinho. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004. Obra original de 1983.
DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo: cinema II. Tradução Eloisa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2007. Obra original de 1985.
DOSTOIEVSKI, Fiódor. O duplo. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2013.
FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos. Rio de Janeiro: Imago, 1999.
LAGO DOS CISNES. Compositor: Piotr Ilitch Tchaikovski. Coreógrafos: Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer. Regente: Stepan Ryabov. Moscou, Teatro Bolshoi, 1877.
LEITES, Bruno. Imagens-pulsão: incidência e pertinência para compreender o cinema brasileiro dos anos 2000. Revista Científica/FAP, Curitiba, v. 12, p. 127-154, jan./jun. 2015.
LEITES, Bruno. O naturalismo e suas dispersões em filmes brasileiros dos anos 2000. Intexto, Porto Alegre, UFRGS. n. 49, p. 173-195, mai./ago. 2020.
LUZ, Ana Maria Oliveira da. “Cisne Negro”: quando eu é um outro. Cadernos de Psicanálise, Rio de Janeiro, v. 33, n. 25, p. 178-190, 2011.
O ANJO exterminador. Direção Luis Buñuel. Produção: Gustavo Alatriste. Intérpretes: Silvia Pinal, Jacqueline Andere, José Baviera, Enrique Rambal e Luis Beristáin. Roteiro: Luis Buñuel e Luis Alcoriza. Espanha: Versátil, 1962. 1 DVD (95 min.), son., p&b.
O LUTADOR. Direção: Darren Aronofsky. Produção: Darren Aronofsky e Scott Franklin. Roteiro: Robert Siegel. Intérpretes: Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood, Mark Margolis, Todd Barry, Ernest Miller. Estados Unidos: Fox, 2008. 1 DVD (115 min.), son., color.
OLIVEIRA, Richard de; FRAYZE-PEREIRA, João Augusto. Entre os filmes “Cisne Negro” e “O Lutador”: duplos, alegorias e a questão da morte da significação. IDE, São Paulo, n. 37, p. 129-143, fev. 2015.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e Filosofia. Tradução Octanny Silveira da Mota. São Paulo: Cultrix, 1975.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. Tradução José Teixeira Coelho Neto. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
PIGNATARI, Décio. Semiótica e Literatura. Cotia-SP: Ateliê Editorial, 2004.
ZOLA, Émile. Naná. Tradução Roberto Valeriano. São Paulo: Nova cultural, 2003.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Rafael Wagner dos Santos Costa

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Los derechos de autor de los artículos publicados en esta Revista pertenecen a los autores, y los derechos de la primera publicación están garantizados para la revista. Por estar publicados en una revista de acceso libre, los artículos son de uso gratuito, con la atribución apropiada, en las actividades educativas y no comerciales.
La revista utiliza la Licencia Creative Commons Attribution (CC BY-NC 4.0), que permite el intercambio de trabajo con el reconocimiento de la autoría.
Autoarchivo (política de repositorios): se permite a los autores depositar todas las versiones de sus trabajos en repositorios institucionales o temáticos, sin período de embargo. Se solicita, siempre que sea posible, que se agregue la referencia bibliográfica completa de la versión publicada en Intexto (incluido el enlace DOI) al texto archivado.
Intexto no cobra ninguna tarifa por el procesamiento de artículos (article processing charge).