A passos lentos
pesquisas sobre jornalistas negras e/ou jornalistas mulheres na mídia em teses e dissertações do Brasil (2015-2023)
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583.56.137143Palavras-chave:
Jornalistas negras, jornalistas mulheres, teses, dissertaçõesResumo
Este trabalho tem por objetivo delinear o cenário das pesquisas científicas sobre jornalistas negras e/ou jornalistas mulheres na mídia, agrupando o contexto de gênero e raça nos espaços midiáticos, como principal ponto de referência investigativa. Propõe-se ainda ser uma atualização/continuidade das discussões propostas por Tomazetti, que investigou as dissidências genealógicas sobre os estudos de gênero no campo da comunicação no qual verificamos não abranger, especificamente, jornalistas (sob a ótica de gênero e raça), mas atenta-se para novas problematizações. Por esse motivo, sucedeu-se um breve levantamento das pesquisas desenvolvidas em teses e dissertações em Programas de Pós-Graduação em Comunicação e Jornalismo, entre os anos de 2015 e 2023 no Brasil. Os dados foram coletados no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Para os devidos fins, empregamos o método da Análise de Conteúdo, a partir das orientações de Bardin, que visa obter, categoricamente, a descrição do conteúdo e a exploração do material a ser analisado. Constata-se a presença de quatro teses e dezesseis dissertações que se aproximam do objetivo proposto. Em suma, verificou-se que pesquisas sobre jornalistas mulheres ainda estão ratificadas em torno do objeto analítico apenas do gênero. Concluímos que apenas uma pesquisa, defendida no mestrado profissional em jornalismo da Universidade Federal da Paraíba, analisa, de fato, jornalistas negras na mídia, sem a conjuntura somente do gênero ou apenas da raça. Patenteia-se, por assim dizer, a urgência acerca deste objeto nas pesquisas de pós-graduação no país.
Downloads
Referências
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Jandaíra, 2020.
ALMEIDA, Silvana Lemos. Jornalistas mulheres sob ameaça: riscos para o exercício da profissão no Rio de Janeiro. 2022. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
AMORIM, Janaina Lopes. O corpo está no contrato? Estudo sobre as ocorrências de assédio sexual contra mulheres jornalistas nas redações de Imperatriz. 2021. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Maranhão, Imperatriz, 2021.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO (COMPÓS). Normas de funcionamento dos GTs Compós. Brasília, 2020a.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO (COMPÓS). GTs Compós. Brasília, 2020b.
BAIRROS, Luiza. Nossos feminismos revisitados. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 458-463, 1995. Disponível em: https://doi.org/10.1590/%25x. Acesso em: 31 ago. 2023.
BALLESTRIN, L. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89-117, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004. Acesso em: 31 ago. 2023.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BERGER, Christa. A pesquisa em comunicação na América Latina. In: HOFELDT, Antonio; FRANÇA, Vera; MARTINO, Luiz (org.). Teorias da Comunicação. Petrópolis: Vozes, 2001.
BUSCAR e cadastrar grupos de pesquisa na Plataforma Lattes (DGP). Portal Gov.br, Brasília, 27 dez. 2023.
CARNEIRO; Sueli; SANTOS, Thereza. Mulher negra. São Paulo: Nobel/Conselho Estadual da Condição Feminina, 1985.
CERQUEIRA, Carla; LAGO, Cláudia; NONATO, Cláudia. Comunicação, Mídia e Interseccionalidade: uma relação necessária. Revista Mídia e Cotidiano, Niterói, v. 16, n. 3, p. 1-6, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.22409/rmc.v16i3.55923. Acesso em: 31 ago. 2023.
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPq). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil Lattes. Grupo de pesquisa jornalismo e gênero. Brasília, 2010. Disponível em: https://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/40743. Acesso em: 31 ago. 2023.
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPq). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil Lattes. Coragem - Grupo de pesquisa em comunicação, raça e gênero. Brasília, 2018. Disponível em: https://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/780480. Acesso em: 31 ago. 2023.
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPq). Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil Lattes. Grupo interdisciplinar de estudo, pesquisa e extensão em comunicação, gênero e feminismos - Maria Firmina dos Reis. Brasília, 2019. Disponível em: https://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/485958. Acesso em: 31 ago. 2023.
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). Catálogo de Teses e Dissertações. Brasília, 2023.
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). Plataforma Sucupira. Brasília, c2022.
CRENSHAW, Kimberlé. Mapping the margins: intersectionality, identity politics, and violence against women of color. Stanford Law Review, Stanford, v. 43, n. 6, p. 1241-1299, 1991. Disponível em: https://doi.org/10.2307/1229039. Acesso em: 31 ago. 2023.
CRIADO, Alex. Repórteres pioneiras: resgate da trajetória de três jornalistas através da história oral. 2001. Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
DIAS, Iara de Jesus. Mulheres jornalistas. 2001. Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
ESCOSTEGUY, Ana Carolina D. Comunicação e Gênero no Brasil: discutindo a relação. Revista Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, p. 103-138, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i3.27643. Acesso em: 27 ago. 2023.
ESCOSTEGUY, Ana Carolina; MESSA, Márcia Rejane. Os estudos de gênero na pesquisa em comunicação no Brasil. Comunicação e gênero: a aventura da pesquisa, Salvador, v. 4, p. 65-82, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.9771/contemporanea.v4i2.3490. Acesso em: 27 ago. 2023.
FERREIRA, Gisllene Rodrigues. Memórias de mulheres jornalistas: histórias, mercado e docência. 2018. Dissertação (Mestrado Profissional) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologias, Comunicação e Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018.
FRANÇA, Vera Veiga. Paradigmas da Comunicação: conhecer o quê. In: MOTTA, Luiz Gonzaga GOES, Emanuelle. Interseccionalidade no Brasil, revisitando as que vieram antes. Blogueiras Negras, Salvador, v. 8, 2019.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.; FRANÇA, V., PAIVA, R. e WEBER, M. H. (org.). Estratégias e culturas da comunicação. Brasília: Ed. da UnB, 2001.
IGNACIO, Julia. O que é interseccionalidade. Politize!, [s. l.], 20 nov. 2020.
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA (IBICT). Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Brasília, 2023.
KUNSCH, Margarida M. Krohling; GOBBI, María Cristina. O campo acadêmico-científico da Comunicação no Brasil: panorama, constituição e perspectivas. Anuario Electrónico de Estudios en Comunicación Social “Disertaciones”, Bogotá, v. 9, n. 2, p. 68-91, 2016.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.12804/disertaciones.09.02.2016.04. Acesso em: 27 ago. 2023.
LAGO, Cláudia; LAGO, Mara; MARTINEZ, Monica. Situação dos estudos de gênero em Comunicação na América Latina: breve olhar a partir do Brasil. In: Oliveira Paulino, Fernando et al. (org.). Tradiciones de investigación en diálogo: estudios sobre Comunicación en América Latina y Europa. Bogotá: Alaic, 2020.
LOPES, Amanda Rezende. Representação da mulher na mídia: um estudo sobre poder e felicidade femininos. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação-Habilitação em Jornalismo) - Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
LORDE, Audre. There is no hierarchy of oppressions. Bulletin: Homophobia and education, Madison, v. 14, n. 3/4, p. 9, 1983.
MAIA; Maria Aniolly Queiroz. Sistema de informação da pós-graduação brasileira: avaliação da plataforma sucupira. 2020. Tese (Doutorado em Gestão e Organização do Conhecimento) - Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.
MALDONADO-TORRES, N. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas: em decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
MASSUCHIN, Michele Goulart; CAVASSANA, Fernanda. Comunicação e gênero: uma análise cienciométrica da produção brasileira em periódicos nacionais. Comunicação e informação, Goiânia, v. 25, p. 199-222, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.5216/ci.v25.67005. Acesso em: 22 ago. 2023.
MATEOS, Jéssica de Oliveira Collado. O jornalismo contemporâneo e a mulher jornalista: um estudo sobre gênero dentro da profissão no Estado de São Paulo. 2019. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2019.
MEIRELLES, Rebeka Vaz da Costa. Sexismo no jornalismo esportivo: como as mulheres jornalistas vivenciam e lidam com a cultura patriarcal e organizacional do esporte. 2022. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.
MENDES, Francielle Maria Modesto; QUEIRÓS, Francisco Aquinei Timóteo; SILVA, Wagner da Costa (org.). Pesquisa em comunicação: jornalismo, raça e gênero. Rio Branco: Nepan, 2021.
MORIHAMA, Nicole. As jornalistas, os relações-públicas e o trabalho na comunicação integrada: tensões, disputas e (re)definições de identidades, da pesquisadora. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Jornalismo) - Centro Universitário FIAM-FAAM, São Paulo, 2019.
MORO. Janaina Graciela. O impacto do assédio sexual e da discriminação de gênero na trajetória profissional de mulheres jornalistas. 2020. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, 2020.
NASCIMENTO, Beatriz. Uma história feita por mãos negras. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.
NO BRASIL, mulheres são maioria nos cursos de pós-graduação. Portal MEC - Ministério da Educação, Brasília, 2017.
PEREIRA, Ligia Tesser. As mulheres no jornalismo do Paraná: uma análise de desigualdades de gênero no ambiente de trabalho. 2020. Dissertação (Mestrado em Jornalismo) - Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2020.
RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. São Paulo: Jandaíra, 2019.
SANTOS, Jadeanny Arruda Silva. Narrativas da (re)existência: um estudo sobre a violência de gênero contra jornalistas nas redações de Natal (RN). 2022. Dissertação (Mestrado em Estudos da Mídia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, 1995.
SILVA, Agatha Cristie. Home office, o trabalho fora do lugar: uma análise feminista das condições de trabalho das mulheres jornalistas. 2021. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, 2021.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DA COMUNICAÇÃO (INTERCOM). Comunicação antirracista e pensamento afrodiaspórico. Portal Intercom, São Paulo, 2021.
SPIZZIRRI, Giancarlo; PEREIRA, Carla Maria de Abreu; ABDO, Carmita Helena Najjar. O termo gênero e suas contextualizações. Diagn Tratamento, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 42-44, 2014.
TOMAZETTI, Tainan Pauli. Genealogias dissidentes: os estudos de gênero nas teses e dissertações em comunicação no Brasil (1972– 2015). 2019. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) - Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Michely da Silva Alves, Thaísa Bueno

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados neste periódico pertencem aos autores, e os direitos da primeira publicação são garantidos à revista. Por serem publicados em uma revista de acesso livre, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em atividades educacionais e não-comerciais.
A revista utiliza a Licença de Atribuição Creative Commons (CC BY-NC 4.0), que permite o compartilhamento de trabalhos com reconhecimento de autoria.
Auto-arquivamento (política de repositórios): autores têm permissão para depositar todas as versões de seus trabalhos em repositórios institucionais ou temáticos, sem embargo. Solicita-se, sempre que possível, que a referência bibliográfica completa da versão publicada na Intexto (incluindo o link DOI) seja adicionada ao texto arquivado.
A Intexto não cobra qualquer taxa de processamento de artigos (article processing charge).