Os Epigramas de Manoela Nogueira e a memória da catástrofe
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583.55.133064Palavras-chave:
epigramas, ditadura civil-militar, escrita, imagem, memóriaResumo
Este texto tem como intuito analisar o projeto Epigramas, de Manoela Nogueira, no qual a artista plástica produz inscrições em espaços de recordação da cidade de Porto Alegre, buscando relembrar aos transeuntes a ligação daquele local com a Ditadura Civil-Militar (1964-1985). Para produzir a análise, partimos da relação histórica entre catástrofe e memória para examinar dois eixos fundamentais de elaboração do trauma: a escrita e a imagem. Assim, buscamos elucidar como intervenções artísticas do tipo podem reelaborar o passado e criar uma visão crítica da história.
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