A Escritura como Cicatriz

Autores

  • Simone Moschen Rickes UFRGS

Palavras-chave:

escrita, autor, alteridade, denegação.

Resumo

O presente trabalho se propõe a pensar o movimento de inscrição de um lugar de leitura para o texto, que o sujeito, em sua função autor, empreende, como uma operação denegatória da alteridade que o constitui e que lhe escapa, não sendo, a função autor, por isso, passível de instrumentação. Para tanto, recorremos aos conceitos de heterogeneidade mostrada e de heterogeneidade constitutiva, tal como propostos por Authier Revuz, tecendo-os aos fios da noção de denegação – verneinung – em Freud. Dessa tessitura emerge a escrita como operação que faz trabalhar a falta que é constitutiva do sujeito. Esse trabalho se vê atravessado por um movimento paradoxal pois, ao procurar apagar a referida falta, não faz outra coisa senão revelá-la. Sua elaboração problematiza a educação instrumentadora de um sujeito que, em uma condição de domínio, usaria a escrita para se expressar. A escrita é proposta, não unicamente como produto, mas, antes de tudo, como produtora de um lugar de sujeito / autor.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Simone Moschen Rickes, UFRGS

Psicanalista, membro da APPOA e professora da Faculdade de Educação da UFRGS.

Arquivos adicionais

Publicado

2002-06-01

Como Citar

Rickes, S. M. (2002). A Escritura como Cicatriz. Educação & Realidade, 27(1). Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/25938

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>