Editorial

Autores

  • Doris Catharine Cornelie Knatz Kowaltowski UFRGS
  • Ercília Hitomi Hirota
  • Holmer Savastano Junior
  • Léa Cristina Lucas de Souza

Resumo

Este terceiro número de 2016 da Ambiente Construído encarta 12 artigos com uma amplitude de assuntos, característica da temática da Revista. Primeiramente é apresentada uma série de 6 estudos relacionados com aspectos da qualidade urbana ou do planejamento urbano, seguida por 4 artigos de caráter mais tecnológico, tendo como pano de fundo a sustentabilidade. E a edição se encerra com um artigo da área de arquitetura e outro de gestão da construção.

Abrindo o primeiro bloco, uma avaliação da qualidade urbana de bairros de média densidade, por meio de um conjunto formado por 74 indicadores, é apresentada por Delsante (Universidade de Huddersfield, Inglaterra). Segundo o autor, o conjunto de indicadores proposto permite avaliar, comparativamente, diferentes localidades em diferentes contextos, embora apresente algumas limitações. Um importante instrumento para ordenamento urbano, os Estudos de Impacto de vizinhança (EIV), criado em 2001, é objeto de estudo desenvolvido por Barreiros e Abiko (ambos da Universdiade de São Paulo). Esses autores apontam a predominância de critérios subjetivos na avaliação dos impactos de vizinhança e apresentam um método para esta avaliação, desenvolvido por meio de matrizes numéricas.

Controle das cheias e manejo de águas pluviais em áreas urbanas são focos dos artigos seguintes. Tassi, Allasia Piccilli, Brancher e Roman (todos da Universidade Federal de Santa Maria) apresentam resultados de um estudo realizado em Santa Maria/RS, que teve como objetivo avaliar as percepções e preferências da população de diferentes estratos socioeconômicos com relação à implementação de técnicas compensatórias para o controle de cheias. A amostra foi constituída por 518 domicílios distribuídos em três bairros representativos de diferentes estratos sociais. O manejo de águas pluviais é tema do artigo de autoria de Melo (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba), Coutinho, Santos, Cabral, Antonino (estes quatro da Universidade Federal de Pernambuco) e Lassabatere (École Nationale des Travaux Publics de l’Etat, França). O artigo apresenta resultados de avaliação de uma trincheira de infiltração experimental, instalada na cidade de Recife/PE, e os autores concluem se tratar de uma técnica compensatória no manejo das águas pluviais urbanas.

O artigo de autoria de Nakata-Osaki, Souza (ambos da Universidade Federal de São Carlos) e Rodrigues (Universidade do Minho, Portugal) tem como objetivo verificar o impacto da geometria do cânion urbano na intensidade de ilhas de calor noturna. Com base em dados climáticos e de geometria urbana em duas cidades brasileiras foram desenvolvidos alguns cenários urbanos hipotéticos, que representam vários tipos de cânions urbanos e os resultados demonstraram que cânions urbanos de maior rugosidade amenizam as intensidades de ilha de calor noturna em relação a um cânion de mesmo valor de relação H/W e menor rugosidade. Também sob o ponto de vista do conforto térmico nas cidades, Krüger (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e Gonzalez (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná) analisaram a influência de alterações do albedo de revestimentos de superfície sobre a temperatura do ar de um cânion urbano e sobre o grau de conforto térmico em nível do pedestre, em cidades de médio porte localizadas nas oito zonas bioclimáticas brasileiras.

O resfriamento evaporativo indireto (REI) é tema do artigo de autoria de Krüger, Lange (ambos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Fernandes e Rossi (ambos da Universidade Federal do Paraná). Os autores avaliaram a aplicação de uma forma particular de REI, que alia o resfriamento evaporativo à inércia térmica propiciada por um reservatório d’água, para o condicionamento térmico de ambientes em situação de calor em Curitiba, cidade inserida na zona bioclimática 1. Os resultados apontam para a vantagem do uso do REI para o resfriamento interno dos protótipos testados.

Faria, Battistelle (ambas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) e Neves (Rede Ibero-americana Proterra; Rede TerraBrasil) são os autores do artigo seguinte, que apresenta resultados de um estudo realizado para avaliar o efeito da adição de “baba de cupim sintética” em um latossolo arenoargiloso fino, proveniente da região de Bauru, SP, estabilizado com cimento. Os resultados indicam que o uso do aditivo produziu aumento de pelo menos 35% na resistência à compressão e reduziu em até 13% a absorção de água das amostras ensaiadas.

Outro estudo da área de ciência dos materiais, de autoria de Castro (Universidade Estadual do Paraná) e Martins (Universidade Estadual de Maringá), trata da avaliação do efeito da adição de cinzas do bagaço de cana-de-açúcar (SCBA) em argamassas mistas. Após ensaios com diferentes proporções, os autores concluíram que a substituição de 7,5% de cimento pela cinza não afeta significativamente as propriedades da argamassa. França, Rey, Ferreira e Ribeiro (Universidade Federal da Bahia) analisaram o efeito da substituição do cimento por um outro tipo de cinza, proveniente da queima de cavacos de eucalipto, em argamassas, e concluíram que não houve alterações significativas nas propriedades do estado fresco e nem na reatividade potencial.

No artigo seguinte, os autores Augusto (Universidade de Marília) e Guadanhim (Universidade Estadual de Londrina) apresentam uma análise de conjuntos habitacionais da extinta Caixa Estadual de Casas para o Povo (Cecap), chamados de “pequenos” por se tratar de empreendimentos com escala muito menor do que o projeto original projetado por Vilanova Artigas, Fábio Penteado e Paulo Mendes da Rocha. Foram observadas as mudanças e transformações em projeto e suas motivações.

E por fim, a partir de aplicação de técnicas multivariadas de análise fatorial e análise discriminante, os pesquisadores Maia (Universidade Positivo) e Iarozinski Neto (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) buscaram verificar a existência de diferenças relativas a características organizacionais entre empresas dos segmentos residencial, industrial e comercial, infraestrutura, serviços especializados e construção industrializada. O estudo envolveu coleta de dados em 118 empresas sediadas em Curitiba/PR. E indicou significativa homogeneidade com relação a estratégias de melhoria, comportamento do indivíduo no trabalho, estrutura de funcionamento, dinâmica de crescimento, estilo de gestão, relações interpessoais e posicionamento da empresa perante o mercado.

Boa leitura!

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Publicado

25.05.2016

Como Citar

KOWALTOWSKI, D. C. C. K.; HIROTA, E. H.; SAVASTANO JUNIOR, H.; SOUZA, L. C. L. de. Editorial. Ambiente Construído, [S. l.], v. 16, n. 3, p. 5–6, 2016. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/ambienteconstruido/article/view/65005. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

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