Parabolicamará: redundância e inovação na infomaré televisiva da Tropicália
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245243.316-333Palavras-chave:
Tropicália. Teoria da informação. Economia política. Capital midiático. Televisão.Resumo
Objetiva discutir a tensão entre redundância e inovação, na informação televisiva, do movimento musical tropicalista. Epistemologicamente, adota uma perspectiva interdisciplinar entre a Ciência da Informação e a Comunicação Social, explorando, mais particularmente, duas vertentes teóricas que lhes são comuns, em graus variados: a Teoria da Informação e a Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura. Metodologicamente, trata-se de pesquisa teórica e bibliográfica que estabelece um diálogo entre a Teoria da Informação, em sua apropriação por Augusto de Campos, no artigo Informação e redundância na música popular, e a Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura, mormente mediante seu desenvolvimento na Dialética do gosto, de Marco Schneider. Nessa perspectiva, situa o debate em torno do componente estético-informacional da Tropicália, no contexto da indústria cultural brasileira do fim dos anos 1960 e problematiza o modo como ela participa na conformação da informação midiatizada tropicalista. A problemática principal dá-se em torno da possibilidade do caráter de vanguarda ou de inovação do movimento musical nos palcos dos programas de auditório da TV da época. A questão de fundo é saber como a indústria cultural, apesar de sua tendência dominante à redundância, possibilitou ampla circulação de informação inovadora, na música popular brasileira, no período analisado. Sem ignorar a autonomia relativa e, portanto, a agência dos artistas tropicalistas, trabalha com a hipótese de que seu caráter inovador foi favorecido pelo estágio liberal e concorrencial do capital midiático de então, mais aberto à inovação do que as fases subsequentes, monopolistas e fictícias.Downloads
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