Construindo relações entre o conceito de desclassificação e a folksonomia
por Sistemas de Organização do Conhecimento representativos da diversidade social
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-5245.31.141320Palavras-chave:
desclassificação, folksonomias, Sistema de Organização do Conhecimento Colaborativo, indexação socialResumo
Este trabalho objetiva estudar a literatura sobre o conceito de desclassificação e a folksonomia enquanto sistema de indexação social, para identificar suas possíveis relações no âmbito da Ciência da Informação e da Organização e Representação do Conhecimento. Com base nos procedimentos metodológicos da pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo e no método da análise de conteúdo, foram analisados trabalhos que se dedicam a estudar os temas correlatos, contribuindo assim para alcançar o objetivo proposto: analisar a construção de relações entre o conceito de desclassificação e as folksonomias, buscando pensar modelos mais colaborativos de Sistemas de Organização do Conhecimento. Além disso, objetiva responder à seguinte questão de pesquisa: ao refletir uma indexação social, qual o potencial da folksonomia em contribuir com uma discussão relacionada ao conceito de desclassificação e, a partir disso, pensar Sistemas de Organização do Conhecimento mais integrados aos diferentes contextos sociais? A partir do processo de inferência e categorização e considerando o universo da pesquisa, foram identificados três estudos que contribuem para reforçar relações entre a folksonomia e o conceito de desclassificação. Os resultados revelaram também que, por prescindir de um trabalho envolvendo os usuários e suas necessidades informacionais, é possível construir relações entre esse Sistemas de Organização do Conhecimento e o conceito de desclassificação, além de contribuir para elaborar Sistemas de Organização do Conhecimento integrados à diversidade social. Conclui-se sobre a importância de ampliar a discussão no âmbito da Ciência da Informação e da Organização e Representação do Conhecimento, para embasar a constituição de sistemas de indexação sociais colaborativos, inclusivos e abertos às contribuições dos usuários.
Downloads
Referências
ADLER, Melissa. Classification along the color line: excavating systemic racism in the stacks. Journal of Critical Library and Information Studies, Sacramento, CA, v. 1, n. 1, p. 1-32, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.24242/jclis.v1i1.17 . Acesso em: 20 jan. 2023.
ALBUQUERQUE, Ana Cristina. A classificação de documentos fotográficos: um estudo em arquivos, bibliotecas e museus. 2012. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2012.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BARROS, Camila Monteiro; SALES, Rodrigo; ROSA, Renan Valdoir. Folksonomia: estrutura e aplicações. Informação & Informação, Londrina, v. 27, n. 1, p. 429-456, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2022v27n1p429 . Acesso em: 27 abr. 2024.
BEZERRA, Arthur Coelho; SCHNEIDER, Marco; PIMENTA, Ricardo M.; SALDANHA, Gustavo Silva. iKRITIKA: estudos críticos em informação. Rio de Janeiro: Garamond, 2019.
BUFREM, Leilah Santiago; PINHO, Fabio Assis. Conhecimento e sua representação: contribuições da concepção dialética para sua compreensão. In: ALVES, Marcos Antônio; GRÁCIO, Maria Claudia Cabrini; MARTÍNEZ-ÁVILA, Daniel (org.). Informação, conhecimento e modelos. Campinas; Marília: Unicamp: Oficina Universitária, 2017. p. 221-238. (Coleção CLE, v. 78). Disponível em: https://doi.org/10.36311/2017.978-85-86497-29-2.p221-238. Acesso em: 11 jan. 2024.
CORRÊA, Renato Fernandes; SANTOS, Raimunda Fernanda. Análise das definições de folksonomia: em busca de uma síntese. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 23, n. 2, p. 1-32, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-5344/2571 . Acesso em: 20 jan. 2023.
COSTA, António Firmino. Classificações sociais. Leituras, Lisboa, v. 3, n. 2, p. 65-75, 1998.
DE-. In: PRIBERAM Dicionário. [S. l.]: Priberam, c2024.
DES-. In: PRIBERAM Dicionário. [S. l.]: Priberam, c2024.
FUJITA, Mariângela Spotti Lopes. Linguagem natural ou linguagem controlada? Influência da palavra-chave na representação para indexação e recuperação de informações. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 30, n. 4, p. 1-29, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.22478/ufpb.1809-4783.2020v30n4.57041. Acesso em: 11 jan. 2024.
GARCÍA-GUTIÉRREZ, Antonio. Cientificamente favelados: uma visão crítica do conhecimento a partir da epistemografia. TransInformação, Campinas, v. 18, n. 2, p. 103-112, 2006.
GARCÍA-GUTIÉRREZ, Antonio. Contribuciones de la dialéctica a la organización del conocimiento. Scire: Representación y Organización del Conocimiento, Zaragoza, v. 20, n. 1, p. 33-51, 2014.
GARCÍA-GUTIÉRREZ, Antonio. Desclassification in knowledge organization: a post-epistemological essay. TransInformação, Campinas, v. 23, n. 1, p. 5-14, 2011a.
GARCÍA-GUTIÉRREZ, A. Epistemología de la documentación. Barcelona: Stonberg, 2011b.
GARCÍA-GUTIÉRREZ, Antonio. La Organización del conocimiento desde la perspectiva Pós-colonial: itinerarios de la paraconsistencia. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 18, n. 4, p. 93-111, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-99362013000400007 . Acesso em: 4 jan. 2024.
GAUDÊNCIO, Sale Mário; ALBUQUERQUE, Maria Elizabeth Baltar Carneiro; CÔRTES, Gisele Rocha. Representação Sociocultural do Conhecimento (RSC): um olhar a partir do pensamento de Antonio Garcia Gutierrez e Boaventura de Souza Santos. Informação & Informação, Londrina, v. 26, n. 4, p. 500-527, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2021v26n4p500 . Acesso em: 4 jan. 2024
GAUDÊNCIO, Sale Mário; ALBUQUERQUE, Maria Elizabeth Baltar Carneiro; CÔRTES, Gisele Rocha. Dialética e representação da informação: experiência aplicada ao Cibercordel. Logeion: Filosofia da Informação, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 109-130, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.21728/logeion.2023v10n1.p109-130 . Acesso em: 11 jan. 2024.
GRAMSCI, Antonio. Concepção dialética da história. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a organização da cultura. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982.
KIM, Hak-Lae; SCERRI, Simon; PASSANT, Alexandre; BRESLIN, John, G.; HANDSCHUH, Siegfried; DECKER, Stefan; KIM, Hong-Gee. Integrating tagging into the web of data: overview and combination of existing tag ontologies. Journal of Internet Technology, Taiwan, v. 12, n. 4, p. 561-572, 2011.
LARA, Marilda Lopes Ginez; MENDES, Luciana Corts. Referências socioculturais nos Sistemas de Organização do Conhecimento. Iris: Revista de Informação, Memória e Tecnologia, Recife, v. 3, n. esp., p. 26-44, 2017.
MAI, Jens-Erik. The modernity of classification. Journal of Documentation, Leeds, v. 67, n. 4, p. 710- 730, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1108/00220411111145061 . Acesso em: 11 jan. 2024.
MARCUSE, H. O homem unidimensional: estudos da ideologia da sociedade industrial avançada. São Paulo: EDIPRO, 2015.
MORAIS; Marília Winkler; GRACIOSO, Luciana de Souza. Enunciações do feminismo decolonial a partir das categorias fundamentais ranganathianas. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 28, n. dossiê esp., p. 1-20, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e92696 . Acesso em: 28 abr. 2024.
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 5. ed. Porto Alegre: Sulina, 2015.
MOURA, Maria Aparecida. Organização social do conhecimento e performatividade de gênero: dispositivos, regimes de saber e relações de poder. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 118-135, 2018. Disponível em: http://.doi.org/10.18617/liinc.v14i2.4472. Acesso em: 20 jan. 2023.
NASCIMENTO, Gustavo Diniz; MARTINS, Gracy Kelli; ALBUQUERQUE, Maria Elizabeth Baltar Carneiro. Automação da indexação: evidências e tendências da produção científica indexada na BRAPCI. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 28, p. 1-20, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e91956 . Acesso em: 28 abr. 2024.
PINHO, Fábio Assis. Fundamentos da organização e representação do conhecimento. Recife: EDUFPE, 2009.
PINHO, Fabio Assis; OLIVEIRA, Jéssica Pereira de. Folksonomia e os conceitos de ordem, desordem e organização à luz de Edgar Morin. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 30, n. 4, p. 1-15, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.22478/ufpb.1809-4783.2020v30n4.57040 . Acesso em: 27 abr. 2024.
ROMEIRO, Nathália Lima. #Vamosfazerumescandalo: folksonomia e ativismo digital. Florianópolis: Rocha, 2021.
SAN SEGUNDO MANUEL, Rosa. Sistemas de organización del conocimiento: la organización del conocimiento en las bibliotecas españolas. Madrid: Imprenta Nacional del Boletín Oficial del Estado, 1996.
SANTOS, Raimunda Fernanda. Indexação de xilogravuras à luz da semântica discursiva. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 30, n. 2, p. 1-49, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1809-4783.2020v30n2.52062 . Acesso em: 28 abr. 2024.
SANTOS, Raimunda Fernanda. Modelos colaborativos de indexação e a sua aplicabilidade na Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI). 2016. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Centro de Artes e Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016.
SANTOS, Raimunda Fernanda; CORRÊA, Renato Fernandes. Análise e síntese dos diversos usos do termo “folksonomia” no âmbito da Ciência da Informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 16., 2015, João Pessoa. Anais [...]. João Pessoa: UFPB, 2015. p. 1-8.
SANTOS, Raimunda Fernanda; CORRÊA, Renato Fernandes. Modelos colaborativos de indexação: aspectos conceituais e elementos
constituintes. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 20., 2019, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: UFSC, 2019. p. 1-23.
SILVA, Andreia Sousa; SALES, Rodrigo. Informação e interseccionalidade na Biblioteconomia: a representatividade política social a partir de Audre Lorde. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 29, p. 1-21, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-5344/46555 . Acesso em: 12 jan. 2025.
SILVA, Sâmela Rouse de Brito; CORREA, Renato Fernandes. Sistemas de indexação automática por atribuição: uma análise comparativa. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 25, p. 1-15, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2020.e70740 . Acesso em: 28 abr. 2024.
SOLER MONREAL, Concha; GIL LEIVA, Isidoro. Posibilidades y limites de los tesauros frente a otros sistemas de organización del conocimiento: folksonomias, taxonomias y ontologias. Revista Interamericana de Bibliotecologia, Medellín, v. 33, n. 2, p. 361-377, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.17533/udea.rib.7647 . Acesso em: 24 maio 2023.
SOUZA, Renato Rocha. Algumas considerações sobre as abordagens construtivistas para a utilização de tecnologias na educação. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 40-52, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.18617/liinc.v2i1.203 . Aceso em: 12 jan. 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ana Flávia Dias Zammataro, Ana Cristina de Albuquerque, Sale Mário Gaudêncio

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.