FICAR OU VOLTAR: O DILEMA CORNELIANO DA DIÁSPORA BURQUINENSE EM GANA
DOI:
https://doi.org/10.22456/2448-3923.138077Palavras-chave:
Migrantes. Ficar. Voltar.Resumo
“Ficar, voltar ou mudar-se” é o dilema enfrentado pelos migrantes de Burkina Faso que vivem em Gana. Em contraste com os fluxos de retorno de migrantes e descendentes de migrantes de Burkina Faso que vivem na Costa do Marfim, há poucos fluxos de migração reversa entre Gana e Burkina Faso. Isso é um tanto intrigante. Portanto, este artigo propõe-se a analisar por que, entre a diáspora burquinense que vive em Gana durante os períodos colonial e pós-colonial, a tendência é “ficar” em vez de “voltar”. À primeira vista, isso poderia ser justificado pelo afrouxamento gradual dos laços dos migrantes com seus parentes em Burkina Faso e sua bem-sucedida integração socioeconômica e legal. A barreira linguística entre o inglês falado em Gana e o francês falado em Burkina Faso poderia explicar a forte propensão dos descendentes de migrantes a ficar. Para identificar as aspirações e decisões dos migrantes e seus descendentes, este estudo baseia-se em recursos bibliográficos e dados empíricos. Foram realizadas principalmente pesquisas qualitativas com pessoas capacitadas em Gana e Burkina Faso. Quer sejam ou não casados com mulheres burquinenses, quer tenham ou não filhos, os migrantes, tanto da antiga quanto da nova geração, e menos ainda seus descendentes, enfrentam um dilema doloroso. As famílias e a reconstrução da identidade são os motivos pelos quais os migrantes permanecem. Em geral, quanto mais integrados os migrantes estão, mais eles desejam e decidem ficar. Como resultado, o desejo e a decisão de retornar se tornam mais raros.
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