(Est)ética da praça: rua, mídia e partilha
Palavras-chave:
Estudos Culturais. Mídia. Espacialidade. Rua. Tahrir.Resumo
Este artigo, cujo foco é a cidade do Cairo e seus modos de coexistência sectária, busca compreender a Primavera Árabe a partir da leitura de uma ética e uma estética construídas e constituídas no próprio desenrolar do processo revolucionário. Seu objetivo, menos que explicar os acontecimentos recentemente deflagrados em alguns dos países do chamado “Oriente Médio”, é refletir sobre os sentidos e as disputas, os desejos e as demandas ali evocadas. No seu recorte, a espacialidade torna-se elemento de fundamental importância. E a hipótese é que os espaços de partilha, em que se amalgamam conflitos e contratos, tecem uma (est)ética que é a somatória de um desejo e de uma necessidade. A abordagem teórica, a partir de aspectos ressaltados por reflexões de cunho pós-colonialista e pelos chamados “Estudos Culturais Árabes”, nos levam à ideia de que a rua, um espaço de partilha no contexto árabe, possa ser um operador teórico que contribui para a compreensão de uma prática política cuja lógica não exclui o conflito e não nega a necessidade de se encontrar formas de convivência. É esta a prática que se vê acontecer tanto em uma imagem-símbolo, propagada pela Al Jazeera, como também na própria ocupação da Praça Tahrir.Downloads
Referências
BAYAT, A. Life as politics –how ordinary people change the Middle East. Amesterdam: Amsterdam University Press, 2010.
BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 2000.
D’AMARAL, M. Comunicaç~o e diferença –uma filosofia de guerra para uso dos homens comuns. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.
DELEUZE, G. & GUATTARI, F. O que é a filosofia. São Paulo: Ed. 34, 1992.
FLUSSER, V. Bondenlos –um autobiografia filosófica. São Paulo: Annablume, 2007.
FOUCAULT, M. “Outros espaços”. In: Ditos & Escritos III –Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. Rio deJaneiro: Forense Universitária, 2001.
HAUGBOLLE, S. “Reflections on ideology after the Arab Uprisings”. In: Jadalyiya(Arab Studies Institute). In: http://www.jadaliyya.com/pages/index/4764/reflections-on-ideology-after-the-arab-uprisings(acesso em 08/04/2013)
MATTOS, O. Discretas esperanças –reflexes filosóficas sobre o mundo contemporâneo. São Paulo: Nova Alexandria, 2006.
RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005.
RESENDE, F. Para um jornalismo de fricção: a delicadeza de não ter o que dizer. In: SOARES, R; RODRIGUES, M. Profissão Repórter em diálogo. Sao Paulo: Alameda, 2012. p. 58-63.
RESENDE, F. e PAES, A. The Arab conflicts and the media discourse -a Brazilian perspective. In: Global Media and Communication Journal. London: Sage, vol.7, n.3, 2011, p. 215-219.
RESENDE, F. “Espaços parciais, espaços de resistência: relatos e conflito no cen|rio contempor}neo”. In: GOMES;MARGATO (orgs.). Espécies de espaço: territorialidades, literatura, mídia. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
SABRY, T. (org.). Arab Cultural Studies –mapping the field.London: Tauris, 2012.
SABRY, T. Cultural encounters in the Arab World –on media, the modern and the everyday. London: Tauris, 2010.
SAID, E. Orientalism. London: Penguin, 2003.
SAID, E. Out of place –a memoir. London: Granta Books, 1999.
TRIPP, C. The power and the people –paths of resistance in the Middle East. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2013 Fernando Resende

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados neste periódico pertencem aos autores, e os direitos da primeira publicação são garantidos à revista. Por serem publicados em uma revista de acesso livre, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em atividades educacionais e não-comerciais.
A revista utiliza a Licença de Atribuição Creative Commons (CC BY-NC 4.0), que permite o compartilhamento de trabalhos com reconhecimento de autoria.
Auto-arquivamento (política de repositórios): autores têm permissão para depositar todas as versões de seus trabalhos em repositórios institucionais ou temáticos, sem embargo. Solicita-se, sempre que possível, que a referência bibliográfica completa da versão publicada na Intexto (incluindo o link DOI) seja adicionada ao texto arquivado.
A Intexto não cobra qualquer taxa de processamento de artigos (article processing charge).