O dever-fazer e o não querer-fazer
uma análise da narrativa bíblica O jovem rico
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583.55.131972Palavras-chave:
semiótica discursiva, narrativa bíblica, modalizaçõesResumo
O objetivo deste artigo é analisar a performance de O jovem rico, narrativa escrita pelo evangelista Lucas, contida na Bíblia, precisamente no Novo Testamento. Para esta análise, utilizamos a teoria da Semiótica Discursiva a partir dos estudos de Greimas, considerando também Courtés, Saussure e Hjelmslev, e em estudos compilados por brasileiros a exemplo de Fiorin A metodologia adotada foi embasada na análise do discurso com abordagem qualitativa, dado que não fizemos uso de métodos e técnicas estatísticas, mas buscamos compreender e interpretar o que o discurso enuncia. Da análise, consideramos a narrativa O jovem rico que é colocada perante um enunciador-destinador que tenta manipular um jovem abastado, oferecendo um tesouro no céu, não obstante, para consegui-lo, ele teria que se desfazer de todas as suas riquezas ofertando-as aos pobres, assim este ganharia a vida eterna. Porém ocorreu uma mudança alterando a modalização do dever-fazer para o não querer-fazer, visto que o jovem não aceitou o contrato de seu destinador.
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