Teorias em dispersão dos cineastas brasileiros sobre o audiovisual
arqueologia, semiótica e desconstrução
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202254.120608Palavras-chave:
Teorias dos Cineastas, Audiovisual brasileiro, Semiótica, ComunicaçãoResumo
Teorias em dispersão dos cineastas brasileiros sobre o audiovisual: arqueologia, semiótica e desconstrução investiga em diferentes registros – verbais e não-verbais – os procedimentos semióticos que indiciam teorias de cineastas sobre o audiovisual. Tais teorias, em devir, encontram-se dispersas entre artigos, entrevistas e filmes realizados por Glauber Rocha, Júlio Bressane e Rogério Sganzerla, cineastas cujas produções constituem o corpus desta pesquisa. As resenhas, dissertações e teses sobre o tema, escritas por outros autores – acadêmicos ou jornalistas – foram utilizadas como materiais de apoio criticamente revisados em função dos vestígios e vetores das teorias em dispersão, a serem sistematizadas teoricamente a partir de três eixos: a arqueologia, a semiótica e a desconstrução. À arqueologia, coube a identificação de traços teóricos em dispersão e de suas regras de visibilidade; à semiótica, a sistematização da lógica das semioses identificadas, e à desconstrução, a transformação regulada do que já foi escrito na forma de uma teoria sobre o audiovisual. A investigação dos materiais resultou (1) em uma metodologia experimental em três gestos analíticos: a atenção flutuante, a dispersão e a serialização, e (2) em séries sígnicas derivadas da obra de cada diretor que indiciam suas teorias sobre o audiovisual (os jogos de designação em Bressane, as cruzes em Glauber e a antropofagia intersemiótica em Sganzerla).
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