Imagens (in)atuais: sentidos emergentes no vídeo da reunião ministerial
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202152.112295Palavras-chave:
Scanning, Imagens, Modelos de pensamento, Reunião ministerialResumo
O artigo propõe-se a desenvolver uma análise sobre o vídeo da reunião ministerial do governo brasileiro tornado público em maio de 2020 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de formulações conceituais de Vilém Flusser, em um primeiro movimento operacionaliza-se a noção de scanning, não só como metáfora para decodificação de imagens técnicas, mas como método de interação analítica com essas superfícies, associada, também, a um segundo movimento, ao cotejamento das dimensões semióticas propostas por Charles Sanders Peirce. A exploração do material permitiu experimentar como se estabelece um modelo de pensamento a partir de imagens. O trabalho parte do pressuposto de que este acontecimento concentra uma série de fenômenos comunicacionais, que passam pelos processos em redes e plataformas digitais, bolhas algorítmicas e a eclosão do que se chamou de pós-verdade. Através de contradições ruidosas, a imagem evoca pensamentos mágicos, com a reificação de valores unidirecionais, mas que abrem espaços para apropriações diversas.
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