Para brincar com caixas pretas: desprogramando dispositivos midiáticos
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202051.203-223Palavras-chave:
Caixa Preta. Filosofia da fotografia. Imagens Técnicas. Imaginadores. Vilém Flusser.Resumo
No artigo proposto, passeamos por conceitos apresentados por Vilém Flusser buscando, sobretudo, os que fazem referência à liberdade dos funcionários na era dos aparelhos, atuando por entre as brechas das programações. Tentamos entender como, deste modo, a subversão das pré-determinações dos programas com os quais nos relacionamos pode ser construída enquanto prática. A ideia proposta pelo autor é que tais transgressões se tratam de um jogo de usos criativos e expansivos das mídias, bem como formas de resistência a padrões de repetição, que visam a seus próprios interesses e configuram os programas. Propomos uma aproximação teórica das colocações de Flusser, no que chamou de filosofia da fotografia, com os conceitos de Corpo sem Órgãos, de Gilles Deleuze e Félix Guattari, e os conceitos foucaultianos de dispositivo e contradispositivo, apresentados por Giorgio Agamben. Segundo Flusser, o perigo de sermos dominados pelos aparelhos está em não os desafiarmos e em não compreendermos suas linguagens. Para o filósofo, mesmo os acasos estão inscritos no programa e, por consequência, podem, em certo momento, se realizar. Contudo, o jogo está em perceber como podemos agir em função não mais apenas das probabilidades previstas pelos programas, mas também das intenções humanas que nos permitem jogar a favor das possibilidades improváveis.
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