Epistemologia e arte: a questão do conhecimento estético em Francis Ponge
DOI:
https://doi.org/10.22456/2179-8001.97974Palavras-chave:
Francis Ponge. Poesia. Linguagem. Onomatopeia.Resumo
Este ensaio analisa a relação entre arte e conhecimento a partir da obra poética de Francis Ponge. O teor cognitivo está na iniciativa de edificação de uma mathesis singularis a partir do contato com os objetos em sua apreensão direta. A emoção poética, como fato original e causa do poema, é conduzida à descrição do objeto até a forma de uma lei estética apta à configuração objetiva do mundo. A forma estética visa a adequação entre as palavras e as coisas a partir de um recuso semiótico da linguagem, a saber, a onomatopéia. No interior do projeto cognitivo e intencional de Francis Ponge, a onomatopéia é o recurso que define o objeto, seguido por uma descrição fiel aos objetos em sua manifestação concreta. À luz da experiência poética de Francis Ponge, que correlaciona explicitamente a relação entre arte e conhecimento, estão abertas as possibilidades de pensar o conhecimento estético a partir de outras artes e artistas, como a pintura de Cézanne, entre outros.
Abstract
This essay analyzes the relationship between art and knowledge from the poetry of Francis Ponge. The cognitive content is in the initiative of building a mathesis singularis from the contact with the objects in its direct apprehension. Poetic emotion, as the original fact and cause of the poem, is led to the description of the object into the form of an aesthetic law apt to the objective configuration of the world. The aesthetic form aims at matching words and things through a semiotic refusal of language, namely onomatopoeia. Within Francis Ponge's cognitive and intentional project, onomatopoeia is the defining feature of the object, followed by a faithful description of the objects in their concrete manifestation. In the light of Francis Ponge's poetic experience, which explicitly correlates the relationship between art and knowledge, the possibilities of thinking aesthetic knowledge from other arts and artists, such as Cezanne's painting, among others, are open.
Downloads
Referências
BARTHES, Roland. A câmara clara. Tradução de Júlio Castañon. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
BORGES, Jorge Luís. Obras completas. Vol 2. Buenos Aires: Emecé Editores, 2005.
GENETTE, Gérard. Mimologiques: Le voyage de Cratyle. Paris: Seuil, 1976.
LÉVY, Sydney. Francis Ponge: De la connaissance en poésie. Saint-Denis: Presses Universitaires de Vincennes, 1999.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A dúvida de Cézanne. In: Textos selecionados. Tradução de Nelson Alfredo Aguillar. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
PONGE, Francis, Œuvres complètes I. Paris: Gallimard, 1999. (Bibliothèque de la Pléiade)
PONGE, Francis. Œuvres complètes II. Paris: Gallimard, 2002. (Bibliothèque de la Pléiade)
SARTRE, Jean-Paul. O que é a literatura? Tradução de Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Ed. Ática, 2004.
SARTRE, Jean-Paul. Situações I. Tradução de Cristina Prado. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA 4.0).
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista, quando for o caso.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito, com atribuições próprias em atividades educacionais, de pesquisa e não comerciais.