Bibliotecas e sistema educativo em Portugal no século XIX
influências do nacionalismo
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-5245.31.143899Palavras-chave:
biblioteca, educação, nacionalismo, controle social, PortugalResumo
O objetivo desta investigação é entender as influências do nacionalismo nas relações entre Biblioteca e Educação em Portugal no século XIX. Na busca pela compreensão sobre como se desenvolveram essas relações, foram estudados os temas: formação das nações e do homem moderno, expansão do ensino, controle social, criação de bibliotecas. Em termos metodológicos esta é uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva-exploratória e bibliográfica. Como resultado da pesquisa foi evidenciado que a implementação da educação de massas no século XIX fazia parte de um complexo processo que interligava diversas instituições, como escolas e bibliotecas, para desempenhar uma função no sistema moderno projetado para formar indivíduos e Estados-nações. Conclui-se que em Portugal, as concepções modernas de sistema de ensino e política cultural para biblioteca se desenvolveram como em outros países centrais da Europa. A relação entre Biblioteca e Educação em Portugal foi de contiguidade, situação em que a biblioteca foi pensada como complemento da escola. Porém, não havia autonomia dessas instituições, ambas foram tornadas públicas para cumprir um papel doutrinador, com o objetivo de disciplinar o comportamento das classes desfavorecidas.
Downloads
Referências
BARATA, P. J. S. As bibliotecas no liberalismo: definição de uma política cultural de regime. Análise Social, Lisboa, v. 40, n. 174, p. 37-63, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.31447/AS00032573.2005174.02 . Acesso em: 27 fev. 2025.
BOLI, J.; RAMIREZ; F. O. The political construction of mass schooling: european origin and worldwide institutionalization. Sociology of Education, Ithaka, v. 60, n. 1, p. 2-17, 1987. Disponível em: https://doi.org/10.2307/2112615 . Acesso em: 27 fev. 2025.
BUISSON, F. (Dir.). Nouveau dictionnaire de pédagogie et d’instruction primaire. Paris: Librairie Hachette et Cie, 1911. Verbete Instruction publique.
CANDEIAS, A. Modernidade, educação, criação de riqueza e legitimação política nos séculos XIX e XX em Portugal. Análise Social, Lisboa, v. 40, n. 176, 2005.
CANDEIAS, A. Ritmos e formas de alfabetização da população portuguesa na transição de século: o que nos mostram os censos populacionais compreendidos entre os anos de 1890 e 1930. Educação, Sociedade e Culturas, Porto, n. 5, p. 39-63, 1996. Disponível em: https://doi.org/10.24840/esc.vi05.1313 . Acesso em: 27 fev. 2025.
DIDELOT, M. (Dir.) Bibliothèques populaires en France à travers le Bulletin de la Société Franklin (1868-1879). Paris: École Nationale Superieur de Formation de Bibliothecaire, 1977.
DITZION, S. The Anglo-American Library scene: a contribution to the social history of the library movement. The Library Quarterly: Information, Community, Policy, Chicago, v. 16, n. 4, p. 281-301, 1946.
FELIX, I. School journeys ideas and practices of new education in Portugal (1890-1960). 2020. Dissertação (Studies in History and Education) - Institutionen för idé- och samhällsstudier, Umeå, 2020.
GALOR, O.; MOAV, O. Das human-kapital: a theory of the demise of the class structure. The Review of Economic Studies, Oxford, n. 73, p. 85-117, 2006.
HASSENFORDER, J. Développement comparé des bibliothèques publiques en France, en Grande-Bretagne et aux États-Unis dans le seconde moitié du XIX siècle (1850-1914). Paris: Cercle de la Libraire, 1967.
HÉBRARD, J. As bibliotecas escolares entre leitura pública e leitura escolar na França do II Império e da III República. Campinas: Mercado das Letras, 2009.
HOBSBAWN, E. A invenção das tradições. 3.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
HOBSBAWN, E. Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. 9.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2020.
INGLESBY, P. Historical work in mass communication studies: literacy, libraries, and popular reading. In: ANNUAL MEETING OF THE ASSOCIATION FOR EDUCATION IN JOURNALISM AND MASS COMMUNICATION, 75., 1992, Montreal, Quebec. Proceedings […]. Montreal: AEJMC, 1992.
LOPES, J. A. As bibliotecas e as classes populares portuguesas: ensaio. Coimbra: Atlantida, 1957.
MATASCI, D. La réception d’un modèle scolaire: l’Allemagne et l’enseignement secondaire français (1865-1902). In: MATASCI, D. L’école républicaine et l’étranger. Lyon: ENS Éditions, 2015.
MATASCI, D. Le système scolaire français et ses miroirs. Les missions pédagogiques ntre comparaison internationale et circulation des savoirs (1842-1914). Histoire de l’Éducation, Lyon, n. 125, p. 5-26, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.4000/histoire-education.2131 . Acesso em: 27 fev. 2025.
MEYER, J. W.; BOLI, J.; THOMAS, G. M.; RAMIREZ, F. O. World Society and the nation-state. American Journal of Sociology, Chicago, v. 103, n. 1, p. 144-181, 1997. Disponível em: https://doi.org/10.1086/231174 . Acesso em: 27 fev. 2025.
MEYER, J. W.; O. RAMIREZ, F. O.; SOYSAL, Y. World expansion of mass education, 1870-1980. Sociology of Education, Ithaka, v. 65, n. 2, p. 128-49, 1992. Disponível em: https://doi.org/10.2307/2112679 . Acesso em: 27 fev. 2025.
PINTASSILGO, J.; SILVA, C. M. School military education and the construction of a national identity in Portugal in the passage from the 19th to the 20th century. History of Education & Children’s Literature, Lisboa, v. 10, n. 1, p. 339-359, 2015.
PINTO, M. F. M. M. Bibliotecas populares em Portugal: práticas e representações esboçar de uma missão (1870-1930). 2017. Tese (Doutorado em Educação) - Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, Lisboa, 2017.
PORTUGAL. Colecção de leis e outros documentos officiaes. 5ª série. Lisboa: Imprensa Nacional, 1836.
PORTUGAL. Decreto de 2 de Agosto de 1870. Diário do Governo, Lisboa, n. 181, 16 ago. 1870.
PORTUGAL. Introdução ao projecto de lei de 29/03/1882. Diário da Câmara dos Senhores Deputados - 1882 - V. jan./mar. Lisboa: Imprensa Nacional,1882.
REBELO, C. A. A difusão da leitura pública: as bibliotecas populares (1870-1910). Porto: Campo das Letras, 2002.
REGEDOR, A. J. B. Bibliotecas, informação, cidadania: políticas bibliotecárias em Portugal: séculos XIX e XX. 2014. Tese (Doutorado em Ciências da Informação) - Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2014. v. 1.
RICHTER, N. Prélude à la bibliothèque populaire la lecture du peuple au siècle des Lumières. Bulletin des Bibliothèques de France (BBF), Paris, n. 6, 1979.
RICHTER, N. Aux origines de la lecture publique: naissance des bibliothèques populaires. Bulletin des Bibliothèques de France (BBF), Paris, n. 4, 1978.
RICHTER, N. Aux origines du club de lecture. Bulletin des Bibliothèques de France (BBF), Paris, n. 4, p. 207-221, 1977.
RICHTER, N. Lecture populaire et lecture ouvrière: deux composantes du système de lecture français. Bulletin des Bibliothèques de France (BBF), Paris, n. 2, 1983.
ROHSTOCK, A.; TRÖHLER, D. Del pasado al futuro: cambio de agendas en la educación docente entre los siglos XIX y XXI. Encounters/Encuentros/Rencontres on Education, Ontario, v. 13, p. 43-70, 2012.
THIESSE, A.-M. Des fictions créatrices: les identités nationales. Romantisme: la Revue du Dixneuvième Siècle, Paris, v. 30, n. 110, p. 51-62, 2000.
THIESSE, A-M; NORRIS, S. How countries are made: the cultural construction of european nations. Contexts, Berkeley, v. 2, n. 2, p. 26-32, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1525/ctx.2003.2.2.26 . Acesso em: 27 fev. 2025.
TITZE, H.; BODÉ-PITZ, M.; CHRISTOPHE, C. Expansion universitaire et sélection scolaire: bilan d’une controverse biséculaire. Histoire de l’Éducation, Lyon, n. 62, p. 31-54, 1994. (Dossiê Les universités germaniques. XIXe - XXe siècles).
URFALINO, P. Les bibliothèques comme instituitons. Bulletin d’Informations de l’Association des Bibliothecaires Français, Paris, n. 176, 3 trim., p. 36-38, 1997.
VARRY, D. L’histoire des bibliothèques en France: état des lieux. Bulletin des Bibliothèques de France, Paris, n. 2, p. 16-22, 2005.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Carmem Lúcia Batista

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.