Os arquivos como agentes de memória
os relatórios anuais do Movimento de Justiça e Direitos Humanos de Porto Alegre
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245284.119726Palavras-chave:
movimentos sociais, Movimento de Justiça e Direitos Humanos, memória, arquivosResumo
A proposta deste artigo é discutir os relatórios de atividades anuais do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, do período entre 1979 a 2015, a partir da análise de conteúdo de Laurence Bardin. Consequentemente, essa proposta converteu-se em duas frentes de exploração, sendo que a primeira consistiu de uma análise de conteúdo dos relatórios, o que correspondeu às seguintes categorias analíticas: defesas em prol dos Direitos Humanos; atividades condicionadas a Movimentos Sociais (exceto as de defesa em prol dos Direitos Humanos); e promoção e campanhas. Essa primeira análise resultou no enfoque das atividades do Movimento, ou seja, evidenciou seu papel na luta pelos direitos humanos. A segunda parte da análise correspondeu exatamente ao propósito da pesquisa, ou seja, relacionar o papel dos arquivos de movimentos sociais no Brasil, no caso do Movimento, com a memória e os arquivos. Portanto, essa documentação presente no acervo do Movimento faz desse lugar uma ferramenta social e uma fonte de dados e de resguardo da verdade por documentos que têm o caráter de testemunho e de prova de que aqueles fatos ocorreram. Além de ser um instrumento social, o arquivo do Movimento é um lugar que mantém em exercício a memória, evitando que se torne ausente e, consequentemente, se torne esquecimento.
Downloads
Referências
ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
BOBBIO, Norberto; MATYEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade: a era da informação. 9. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2018. v. 2.
CRUZ, María Angélica. Silencios, contingencias y desafios: el archivo de la Vicaría de la Solidaridad em Chile. In: CATELA, Ludmila da Silva; JELIN, Elizabeth (comp.). Los archivos de la represión: documentos, memoria y verdade. Espanha: Siglo Veintiuno, 2002. p. 137-178.
GOHN, Maria da Glória. Novas teorias dos movimentos sociais. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais. Rio de Janeiro: Vozes, 2015.
GONZÁLEZ QUINTANA, Antonio. Archivos y derechos humanos. Boletín de la ANABAD, Madrid, t. 49, n. 3-4, p. 371-389, 1999.
GROPPO, Bruno. Las políticas de la memoria. Sociohistórica, Argentina, v. 11-12, p. 187-198, 2002.
HEREDIA HERRERA, Antonia. Archivística General: teoría y práctica. 5. ed. Sevilla: Gráficas del Sur, 1991.
MEDEIROS, Roberta Pinto. A construção da memória e da identidade pelos movimentos sociais: a atuação do Movimento de Justiça e Direitos Humanos de Porto Alegre relatada em seu acervo. 2020. Tese (Doutorado em Memória Social) – Centro de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS. Promoção e defesa dos direitos humanos. Porto Alegre, 2022. Disponível em: https://www.direitoshumanosbr.org.br/inicio.html. Acesso em: 22 fev. 2022.
MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS. Relatório Anual: 1980. Porto Alegre: [s. n.], 1980. Mimeografado.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 7-28, 1993.
SOMBINI, Eduardo. Setor da cultura precisa diversificar suas fontes de financiamento. Folha de São Paulo, São Paulo, ano 99, n. 33.016, 25 ago. 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2019/08/setor-da-cultura-precisa-diversificar-suas-fontes-de-financiamento.shtml. Acesso em: 10 jan. 2020.
TARROW, Sidney. O poder em movimento: movimentos sociais e confronto político. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Roberta Pinto Medeiros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.