Museu Etno-Arqueológico de Itajaí
espaço comunitário de memórias coletivas
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245281.380-401Palavras-chave:
Patrimônio Cultural, Memória, Informação, Ética, Museu Etno-ArqueológicoResumo
O artigo propõe algumas reflexões sobre o espaço do Museu EtnoArqueológico de Itajaí, que ocupou a edificação da antiga estação ferroviária e hoje apresenta-se como um espaço comunitário, ressignificando as memórias coletivas da época, preservando, assim, a história da Estrada de Ferro Santa Catarina, considerada sua importância no Vale do Itajaí. O museu oportuniza partilhar a etnografia rural e local do bairro Itaipava e, por meio dos sambaquis, sua arqueologia. Ao enaltecer sua história, descreve um passado não tão distante e apresenta memórias coletivas daquele espaço-tempo. O objetivo desta pesquisa consiste na reflexão sobre a ética da criação do museu, na história do patrimônio edificado e das memórias internalizadas naquele espaço comunitário que foi a Estação Ferroviária Engenheiro Vereza e, atualmente, o Museu EtnoArqueológico. Na fundamentação conceitual aprofunda-se as apreciações de Le Goff (2013) e Pierre Nora (1993) para abordar a história e memória, bem como o conceito de Halbwachs (2006) sobre memória coletiva. Também são utilizadas as considerações de Vázquez (2014) sobre ética e de Besterman (2006) na relação da ética com o museu e sua história com a comunidade, concentrando-se na abordagem qualitativa e nos preceitos do método fenomenológico de Moreira (2002) para analisar as experiências dos indivíduos que viveram e vivem em torno daquele espaço comunitário.
Downloads
Referências
BARROS, José D’A. Memória e história: entre o tempo e o espaço. In: ALVES, Gracilda; HOFFMANN, Raquel (orgs.). Memória: questões historiográficas e metodológicas. Rio de Janeiro: Autografia, 2019. p. 258-308.
BESTERMAN, Tristram. Museum Ethics. In: MACDONALD, Sharon. A companion to museum studies. Austrália: Blackwell, 2006, p. 431-441. Disponível em: https://www.academia.edu/38204043/_Blackwell_Companions_in_Cultural_Studies_Sharon_Macdonald_-_A_Companion_to_Museum_Studies_2006_Wiley-Blackwell_.pdf . Acesso em: 21 jan. 2020.
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
BRASIL. Ministério da Cultura. Subsídios para criação de museus municipais. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Museus e Centros Culturais/Departamento de Processos Museais, 2009. Disponível em: file:///C:/Users/escola/Desktop/IDEIAS%20ARTIGO/manual-subsidio-para-criacao-de-museu.pdf . Acesso em: 20 jan. 2020.
COLTRO, Alex. A fenomenologia: um enfoque metodológico para além da modernidade. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 1, n. 11, p. 37-45, jan./mar. 2000.
ICOM. Conselho Internacional de Museus. Código de ética. 2008. Disponível em: http://www.icom.org.br/?page_id=30. Acesso em 16 jan. 2020.
CORDEIRO, Darlan; FREITAS, Denise M. Estação ferroviária Engenheiro Vereza: depois de passar o trem. In: Anuário de Itajaí 2004, Itajaí. Anais [...], Itajaí: Fundação Genésio Miranda Lins, 2004, p. 121-131.
CHAGAS, Mario. Educação, museu e patrimônio: tensão, devoração e adjetivação. Revista do Patrimônio, Brasília, n. 3, p. 1-7, jan./fev. 2006.
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. 6. ed. São Paulo: Estação Liberdade: Unesp, 2017.
D’ÁVILA, Edison. Pequena história de Itajaí. 2. ed. Florianópolis: IHGSC, 2018.
ECO, Umberto. Quando o outro entra em cena, nasce a ética. In: ECO, Umberto; MARTINI, Carlo M. Em que crêem os que não crêem? Rio de Janeiro: Record, 2000.
FERREIRA, Amauri C.; GROSSI, Yonne de S. O ethos do pesquisador: ética e oralidades. Revista @rquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v. 2, n. 3, p. 23-37, jan./jun. 2014.
FUNDAÇÃO GENÉSIO MIRANDA LINS. Museu Etno-Arqueológico. 2020. Disponível em: https://fgml.itajai.sc.gov.br/museu-etno-arqueologico. Acesso em: 25 out. 2020.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. 2. ed. São Paulo: Centauro, 2006.
ITAJAÍ. Decreto nº 6577, de 30 de julho de 2002. Homologa o tombamento da “Estação Ferroviária Engenheiro Vereza”. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a1/sc/i/itajai/decreto/2002/658/6577/decreto-n-6577-2002-homologa-o-tombamento-da-estacao-ferroviaria-engenheiro-vereza?q=6577. Acesso em: 19 jan. 2020.
ITAJAÍ. Decreto nº 7344, de 24 de novembro de 2004. Autoriza cessão de uso do imóvel que menciona. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a1/sc/i/itajai/decreto/2004/735/7344/decreto-n-7344-2004-autoriza-cessao-de-uso-do-imovel-que-menciona?q=6577. Acesso em: 19 jan. 2020.
JEUDY, Henri-Pierre, Memórias do social. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990.
LE GOFF, Jacques. História e memória. 7. ed. rev. Campinas: Unicamp, 2013.
MOREIRA, Daniel A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, n.10, p. 7-28, dez. 1993.
OLIVEIRA, Didymea L. de. Itajaí do curato à globalização. [S. l.: s. n.], 2011.
PESAVENTO, Sandra J. História, memória e centralidade urbana. Revista Mosaico, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 3-12, jan./jun. 2008.
PINTO, Celina B. Museu, comunidade e patrimônio cultural imaterial: um estudo de caso - o museu da Terra de Miranda. MIDAS, n. 2, 2013. Disponível em: https://journals.openedition.org/midas/210. Acesso em: 28 jan. 2020.
PRIAMO, Vania I. A. O museu na comunidade e a comunidade no museu: o caso do museu histórico de Nova Hartz. História Unicap, Pernambuco, v. 3, n. 6, p. 427-435, jul./dez. 2016.
SILVA, Anderson C. D. da. A estação ferroviária de Itajaí. In: DEÓLLA, Lindinalva (org.). Itajaí imagens & memória. 2. Ed. Blumenau: Nova Letra, 2016. P. 20-21.
VÁZQUEZ, Adolfo S. Ética. 36. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
WITTMANN, Angelina C. R. A ferrovia no Vale do Itajaí. Dissertação (mestrado em urbanismo, História e Arquitetura da cidade) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, p. 280. 2008. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/91821. Acesso em: 28 jan. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Carlos Eduardo Ignácio, Daniella Câmara Pizarro, Tânia Regina da Rocha Unglaub

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.