Futebol e antirracismo na Educação Física escolar
que relações podemos torcer?
DOI:
https://doi.org/10.22456/2595-4377.142521Palavras-chave:
Educação física na educação básica; racismo; branquitude;Resumo
Frente aos crescentes casos de racismo nos campos de futebol que têm ganhado espaço nas mídias, algumas questões inquietam quando nos refletimos sobre caminhos para a transformação dessa complexa realidade. Que estratégias podem ser pensadas para enfrentar estas situações? O que pode a Educação Física escolar, ao abordar o conteúdo “futebol”, frente às contínuas situações de racismo? O objetivo deste artigo é apontar caminhos possíveis para uma pedagogia antirracista no trato com o futebol nas aulas de Educação Física. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica (GIL, 2008) em diálogo com a experiência docente num Colégio de Aplicação de IFES, que atua com o desenvolvimento de projeto de educação antirracista. Na discussão, destacamos a dimensão cultural da educação e sua função social mediante o cenário de racismo e outras opressões às minorias que atravessam as diferentes expressões da cultura corporal nestes tempos e apontam demandas pedagógicas para a Educação Física ao abordar o futebol. Consideramos a importância de ampliarmos as discussões acerca do conceito de branquitude para que possamos criar estratégias de enfrentamento ao racismo e fomentar uma educação antirracista.
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