O diálogo entre as vertentes clássica, moderna e contemporânea da Arquivologia
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245262.355-386Palavras-chave:
Arquivo, Arquivologia, Documento arquivístico, ProveniênciaResumo
O princípio da proveniência e os conceitos de documento de arquivo e organicidade que norteiam a Arquivologia desde o século XIX parecem, pelo menos parcialmente, não serem mais suficientes para explicar e orientar a produção dos documentos arquivísticos contemporâneos. Este artigo tem como objetivo analisar os argumentos e pressupostos das vertentes clássica, moderna e contemporânea da Arquivologia, que demonstram as particularidades e as contribuições de cada uma. A pesquisa caracteriza-se como qualitativa, de natureza exploratória, analítica e descritiva, na qual o método adotado é o levantamento bibliográfico. O referencial teórico baseou-se na história dos conceitos de Reinhart Koselleck e nos conceitos de ethos científico e discurso. Constatou-se no embate entre diferentes ideias e distintas abordagens, consideradas às vezes antagônicas, que é possível um diálogo entre elas mediante processos de ressignificação dos princípios e conceitos ao longo da própria dinâmica evolutiva da ciência.Downloads
Referências
ASSOCIAÇÃO DOS ARQUIVISTAS HOLANDESES. Manual de arranjo e descrição de arquivos. 2. ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1973.
BRENNEKE, A. Archivistica: contributo alla teoria ed alla storia archivistica europea. Milano: Per i tipi dell’editore, 1968.
CASANOVA, E. Archivistica. 2. ed. Siena: Stab. Arti Grafiche Lazzeri, 1928.
COOK, T. Archival science and postmodernism: new formulations for old concepts. Archival Science, [s. l.], v. 1, n. 1, p. 3-24, 2000.
COOK, T. Electronic Records, Paper Minds: The Revolution in Information Management and Archives in the Post-Custodial and Post-Modernist Era. Archives & Social Studies: A Journal of Interdisciplinary Research, Porto, v. 1, p. 399-443, 2007.
COOK, T. Macroappraisal in theory and practice: origins, characteristics, and implementation in Canada, 1950-2000. Archival Science, [s. l.], v. 5, p. 101-161, 2005.
COOK, T. What is past is prologue: a history of archival ideas since 1898, and the future paradigm shift. Archivaria, Ottawa, v. 43, p. 17–63, 1997.
DURANTI, L. Diplomatics. In: BATES, M. J.; MAACK, M. N. (eds.). Encyclopedia of Library and Information Science. 3. ed. Boca Raton: CRC Press, 2009, p. 1-9.
DURANTI, L.; EASTWOOD, T.; MACNEIL, H. Preservation of the integrity of electronic records. Dordrecht: Kluwer Academic, 2002.
DURANTI, L. Registros documentais contemporâneos como prova de ação. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 13, p. 49-64, 1994.
DURANTI, L. The archival bond. Archives and Museum Informatics, [s. l.], v. 11, p. 213-218, 1997.
GIDDENS, A.; SUTTON, P. W. Conceitos essenciais da Sociologia. São Paulo: Editora Unesp, 2016.
JENKINSON, H. A manual of archive administration including the problems of war archives and archive making. Londres: Oxford, 1922.
KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/Editora PUC-Rio, 2006.
KUHN, T. The Structure of Scientific Revolutions. 2. ed. Chicago: The University of Chicago, 1962.
KUROKI, I. F. M. Demarcações conceituais dos princípios científicos da arquivologia e da ciência da informação: contribuições para a configuração científica das disciplinas no Campo da Informação. 2016. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
MCKEMMISH, S. et al. (orgs.). Archives: recordkeeping in society. Wagga: Centre for Information Studies, 2005.
MERTON, R. Sociologia: teoria e estrutura. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1970.
RIBEIRO, F. A arquivística como disciplina aplicada no campo da ciência da informação. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. 1, p. 59-73, jan./jun. 2011.
RONDINELLI, R. C. O documento arquivístico ante a realidade digital: uma revisitação conceitual necessária. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.
ROUSSEAU, J.; COUTURE, C. Os fundamentos da disciplina arquivística. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1998.
SCHELLENBERG, T. R. Arquivos modernos: princípios e técnicas. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
SCHELLENBERG, T. R. Modern Archives: Principles and Techniques. Chicago: University of Chicago Press, 1956.
SCHMIDT, C. M. dos S. Arquivologia e a construção do seu objeto científico: concepções, trajetórias, contextualizações. 2012. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
SCOTT, P. J. The record group concept: a case for abandonment. The American Archivist, Chicago, v. 29, n. 4, p. 493-504, 1966.
THOMASSEN, T. The development of archival science and its European dimension. Archol: Archivistika On Line, Stockholm, 1999. Disponível em: http://z-a-d.net/the-development-of-archival-science-and-its-european-dimension/. Acesso em: 18 abr. 2018.
TOGNOLI, N. B. A contribuição epistemológica canadense para a construção da arquivistica contemporânea. 2010. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2010.
TRIGUEIRO, M. G. S. Ciência, verdade e sociedade: contribuições para um diálogo entre Sociologia e a Filosofia da Ciência. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2012
UPWARD, F. Structuring the Records Continuum – Part One: Postcustodial principles and properties. Archives and Manuscripts, [s. l.], v. 24, n. 2, p. 268-285, 1996.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Alex de Oliveira Costa, Cynthia Roncaglio

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.