O movimento “vistoria zero” e a resistência do patronato rural às políticas de assentamentos no Rio Grande do Sul

Autores

  • César Augusto Da Ros Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Reforma agrária, Políticas de assentamentos, Patronato rural, Vistorias, Reforma agrária de mercado

Resumo

Neste artigo analisaremos o processo de constituição de um movimento de resistência do patronato rural às vistorias de imóveis rurais realizadas pelo Incra no estado do Rio Grande do Sul, buscando verificar os desdobramentos dessa ação na contraposição à implementação das políticas de assentamentos durante os anos de 1999 e 2002. Este movimento eclodiu em março de 1998, e foi protagonizado pelos grandes proprietários fundiários filiados ao Sindicato Rural do município de Bagé que o denominaram como "vistoria zero". Tal movimento, além de ter sido inédito, logo se irradiou pelo Estado, passando a integrar o repertório das ações de contraposição do patronato rural gaúcho à continuidade dos processos de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária. Argumenta-se ao longo do trabalho que o bloqueio imposto pelo patronato rural gaúcho às vistorias repercutiu diretamente numa redução drástica do número de famílias assentadas pelo Incra no quadriênio de 1999/2002, contribuindo para fortalecer ainda mais a opção do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso pela reforma agrária de mercado.

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Biografia do Autor

César Augusto Da Ros, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

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Como Citar

DA ROS, C. A. O movimento “vistoria zero” e a resistência do patronato rural às políticas de assentamentos no Rio Grande do Sul. Sociologias, [S. l.], v. 11, n. 22, 2009. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/9648. Acesso em: 4 maio. 2025.