Literatura Moderna como forma de discurso e de conhecimento sobre a sociedade
DOI:
https://doi.org/10.1590/15174522-020004803Palavras-chave:
Conhecimento, Ceticismo, Construtivismo, Prática discursiva, ValoresResumo
Desde a década de 1960, o ceticismo e o construtivismo epistemológicos têm marcado posição nos estudos literários. A fase tardia do estruturalismo, o pósestruturalismo, certas subáreas da narratologia atual e, particularmente, alguns representantes da recente sociologia da literatura têm sustentado essa corrente filosófica de pensamento nos estudos literários. Segundo essa corrente, a função epistêmica da literatura residiria, sobretudo, em sua capacidade de ajudar a desconstruir diferentes discursos ou visões de mundo e a entender suas forças e debilidades. Este artigo sustenta que essas tendências de pesquisa operam com uma concepção unidimensional da realidade e com uma versão questionável de construtivismo. Daí não apreenderem a especificidade da realidade sociocultural nem a relação epistêmica específica dos atores sociais com essa realidade. A partir disso, a literatura moderna pode ser vista como uma prática discursiva com propriedades epistêmicas e avaliativas. É uma prática que geralmente trata dos problemas causados pelo desenvolvimento da realidade sociocultural, e que são vistos, subjetivamente, pelos autores dos textos literários, como importantes. Muitas vezes, são os textos literários os primeiros a expressarem publicamente tais problemas.
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