Contestação social, transformação e estabilização de mercados
DOI:
https://doi.org/10.1590/18070337-134766Palavras-chave:
contestação, mercado, empresas, crise, campo econômicoResumo
Um número crescente de estudos tem se dedicado à análise da relação entre a contestação social e o funcionamento de mercados ou empresas. Elaborados a partir de perspectivas teóricas diversas, mas com uma forte ancoragem nas contribuições oriundas da sociologia econômica e na sociologia dos movimentos sociais, essas análises dão visibilidade ao papel desempenhado pela crítica social no surgimento, transformação e estabilização dos mercados. No presente dossiê, reunimos artigos que mostram como a ação de movimentos sociais tem interagido com empresas e agentes estatais em diferentes campos econômicos, buscando objetivar a atuação de diferentes agentes sociais nessas interações, além de ser uma contribuição que problematiza a questão dos padrões de moralidade presentes nas diferentes formas de intercâmbio de bens e serviços (reciprocidade, redistribuição e mercado). A riqueza desse conjunto de análises, desenvolvidas no Brasil e em outros países (França e Itália), mostra a vitalidade desse novo campo de estudos, ao mesmo tempo que aponta para a abertura de novos temas de pesquisa no âmbito da sociologia econômica.
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