ANTIGA COLÔNIA ALEMÃ DE SÃO LEOPOLDO: OS LUGARES DE MEMÓRIA TEUTO-BRASILEIROS NO CENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO (1924)
Palavras-chave:
Imigração Alemã, Lugar de Memória, Antiga Colônia Alemã de São Leopoldo, Patrimônio Cultural, Patrimônio da Imigração, Comunidades Teuto-brasileirasResumo
No centenário da colonização alemã no Rio Grande do Sul, comemorada em 1924, a Antiga Colônia de São Leopoldo observou uma série de iniciativas de construção de monumentos comemorativos. Este artigo aborda a constituição de lugares de memória da germanidade teuto-brasileira, elencando alguns casos de operação dos valores históricos e de intencionalidade de comemoração, e as disputas envolvidas nos processos. Os conflitos em torno da construção dos monumentos nas cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo revelam o contexto político do período. Os projetos dos arquitetos Walter Dreschler e Ernst Seubert buscaram inspiração nos monumentos alemães dedicados a Otto von Bismarck e também a valorização de uma experiência paisagística. Outros lugares de memória foram instituídos, em especial por mobilização de lideranças luteranas, como a Casa da Feitoria. Todas estas referências foram instituídas em meio a conflitos políticos e sob tensionamento das questões étnicas, elucidando a relevância destes lugares de memória para a comunidade local e também as contradições envolvidas nestes processos de construção. Por fim, discute-se o esgotamento dos valores de intencionalidade de comemoração inicialmente atribuídos e a necessidade de ressignificação destas referências.
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