O mundo não foi feito para as mulheres (e nem as prisões):

Um ensaio sobre o sistema penitenciário brasileiro

Autores

  • Bruna Fernanda Bispo e Santos Universidade de Fortaleza
  • Ana Clara Bezerra Loiola Universidade de Fortaleza

Palavras-chave:

Penitenciário Brasileiro, Mulheres Presas, Ressocialização, Encarceramento, Políticas Públicas

Resumo

A Constituição Federal de 1988, apelidada de Constituição Cidadã traz o ideal de igualdade entre homens e mulheres. E, busca, ainda, ressaltar a necessidade da igualdade material, que muito se assemelha com o ideal de equidade. As mulheres, quando encarceradas, não são apenas esquecidas pelo sistema, mas também tem suas necessidades de gênero ignoradas, recebendo tratamento similar aos homens encarcerados.  O Sistema Penitenciário acredita no tratamento cônsono entre os presos, excluindo suas individualidades, fazendo com que o desejo pela igualdade se aproxime ainda mais da desigualdade, tornando-se inapto a tratar adequadamente temas como menstruação e maternidade. O presente artigo tem como principal objetivo analisar o sistema penitenciário brasileiro fazendo um recorte de gênero e, inevitavelmente, de raça e classe buscando analisar a infração de princípios constitucionais e a eficácia do Direito Processual Penal através de pesquisa bibliográfica e análise de dados. 

 

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Referências

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Publicado

24-06-2020

Como Citar

SANTOS, B. F. B. e; LOIOLA, A. C. B. O mundo não foi feito para as mulheres (e nem as prisões):: Um ensaio sobre o sistema penitenciário brasileiro. Revista Eletrônica de Direito Penal e Política Criminal, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 204–216, 2020. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/redppc/article/view/101816. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Palavra do Estudante