Vida universitária nos cursos de Administração: jogos vorazes ou os melhores anos de nossas vidas?
Palavras-chave:
Heterocentrismo, Gênero, Discriminação, Classe SocialResumo
O objetivo deste estudo é apreender como as diferentes identidades dos alunos dos cursos de graduação em Administração de Empresas são reconhecidas nas interações sociais. Neste sentido, conduzimos uma pesquisa empírica com 73 alunos de diferentes gêneros, cores de pele, classes sociais, religiões e orientações sexuais, de quatro instituições de ensino superior. Esta pesquisa é de cunho etnográfico e a coleta de dados se deu por meio de notas de campo e entrevistas, as quais foram gravadas, transcritas e submetidas à Análise Crítica do Discurso. O campo revelou que os alunos do sexo masculino, brancos, heterossexuais e de alto poder aquisitivo, tornam perigosamente irracionais, na medida em que se engajam em atos de violência moral e física contra seus pares pertencentes a grupos minoritários. Esta violência revelou-se institucionalizada no ambiente acadêmico por meio de micropráticas sociais, e ficou claro que o objetivo das mesmas é a preservação do capital socioeconômico-político, que é assegurado pela hegemonia masculina, a qual se reifica por meio da desqualificação de interesses e direitos legítimos dos alunos que não pertencem ao grupo dominante. As principais implicações deste estudo são a necessidade de reformularmos os conteúdos dos cursos de graduação, bem como a criação e institucionalização de políticas e práticas que coíbam os comentários e comportamentos discriminatórios no ambiente universitário.
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