Educação digital e acervos audiovisuais nas escolas brasileiras: possibilidades e atravessamentos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2357-9854.147407

Palavras-chave:

PALAVRAS-CHAVE Política Nacional de Educação Digital, Estratégia Nacional Escolas Conectadas, Lei nº 13.006/2014, Cinema na escola, Proposta de Programa Nacional de Cinema na Escola

Resumo

O artigo aborda a relação entre educação, acervos audiovisuais digitais e políticas públicas, tal como a Lei nº 14.533/23, que instituiu a Política Nacional de Educação Digital (PNED). A ênfase dada aos acervos audiovisuais leva em consideração que mais de 80% do conteúdo da internet é audiovisual. A ausência dessa linguagem na PNED inspira questionamentos sobre como essa política influenciará a formação docente diante dos desafios contemporâneos. Discute-se iniciativas desenvolvidas por universidades públicas brasileiras que articulam encontros entre acervos digitais audiovisuais e diferentes contextos educativos, favorecendo novas formas de produção coletiva e colaborativa de conhecimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriana Mabel Fresquet, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro/RJ, Brasil

Doutora pela Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación de la Pontificia Universidad Católica Argentina. Mestre pelo Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília. Graduada em “Profesorado de Enseñanza Priamaria” e em Psicopedagogía pela Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación de la Pontificia Universidad Católica Argentina. Profesora Titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordena o Grupo CINEAD: Laboratório de Educação, Cinema e Audiovisual. Seus projetos de pesquisa são Acervos audiovisuais e universidades na produção de conhecimento escolar (FAPERJ N 203.450/2022) e Acervos Digitais no contexto do Plano Nacional de Educação Digital e da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, que desenvolve em seu pós-doutorado, sob a supervisão da Prof Giselle Beiguelman, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Coordena o Programa de Extensão Cinema, Aprender e Desaprender, que realiza atividades de iniciação ao cinema em escolas públicas e no hospital universitário. É uma das fundadoras da RED KINO: Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual. Atuou na elaboração da proposta de regulamentação da lei de Cinema na Escola, em colaboração com a equipe do Ministério da Educação e do Ministério da Cultura entre 2015 e 2016. Em 2023 e 2025, coordenou o Grupo de Formação Docente do Fórum Tiradentes, para entregar ao poder público uma atualização do estado da arte e tem colaborado com a elaboração da Proposta do Programa Nacional de Cinema na Escola junto a participantes da sociedade civil, da Rede Kino e dos ministérios da Educação, Cultura e Direitos Humanos. Coordena a coleção Alteridade e Criação da Editora Autêntica e a coleção Cinemas e Educações da Editora Multifoco. Atua como curadora e juri em diversas mostras de cinema e tem realizado conferências e oficinas dentro e fora do Brasil.

Karine Joulie Martins, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro/RJ, Brasil

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com estágio sanduíche na Universitat de Barcelona financiado pela Capes (PDSE 19/2020). Mestra em Educação (UFSC). Bacharel em Cinema (UFSC), licenciada em Artes Visuais (Uninter).  É integrante do Núcleo Infância, Comunicação, Cultura e Arte (NICA, UFSC) e do Cinead/Lecav (UFRJ), participando de projetos de pesquisa e extensão. No audiovisual trabalhou nas áreas de produção, direção e edição em diversos curtas-metragens, com destaque para a direção de Laços (2015), prêmio de melhor curta catarinense no V Cinerama BC. Colabora na criação de vídeos em projetos de artistas visuais e desenvolve projetos artesanais, assumindo a direção, captação e edição. Atua como produtora cultural na assessoria, formatação e execução de projetos nas áreas de cinema (cineclubes, mostras e festivais) e artes (mostras e exposições), com ênfase nas interlocuções com infância e educação, tais como a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, a Mostra Cinema e Direitos Humanos e a Mostra Cultural de Núcleos de Educação Infantil de Florianópolis. Participou do Projeto Inventar com a Diferença (2014) e desde então desenvolve oficinas e cursos de formação em cinema e audiovisual para estudantes de pedagogia, licenciaturas e professoras. Essas dimensões práticas convergem com seus interesses de pesquisa em torno da experiência estética e da produção de imagens no trabalho e na formação docente. Atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutorado (PPGE/UFRJ) com bolsa PD Júnior do CNPq pesquisando política e discursos sobre as tecnologias de produção audiovisual na educação.

Bruno Teixeira Paes, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro/RJ, Brasil

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Licenciado em Educação Artística pela Universidade Estadual de Minas Gerais. É autor de livro didático da Rede Católica de Ensino dedicado ao ensino de Arte para o ensino fundamental do segundo ciclo. Possui experiência como tutor em curso de formação continuada de professores veiculados ao Programa Aprendiz Legal da Fundação Roberto Marinho. Foi professor substituto concursado do curso de Licenciatura em cinema e vídeo da Universidade Federal Fluminense (2016-2018 e 2023-2024) onde atuou dentro da disciplina de Pesquisa e Prática de Ensino voltado para a prática de metodologias e estágio; Fundamentos da Arte-Educação; Cinema e Educação e Prática de ensino em cinema e audiovisual. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: arte-educação, cinema, livro didático, educação e ensino fundamental (anos finais), metodologias, atividades culturais.

Referências

ARAUJO, Cíntia Langie. Cinescrita das salas universitárias de cinema no Brasil. 2020. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br:8080/handle/prefix/7577. Acesso em: 25 mar. 2022.

BEIGUELMAN, Giselle. Políticas da imagem: vigilância e resistência na dadosfera. São Paulo: Ubu, 2021.

BRASIL. Lei n° 13.006, de 26 de junho de 2014. Acrescenta § 8º ao art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para obrigar a exibição de filmes de produção nacional nas escolas de educação básica. Brasília, DF: Presidência da República, 2014. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13006.htm. Acesso em: 5 abr. 2023.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 7 abr. 2023.

BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 7 abr. 2023.

BRASIL. Lei nº 14. 533, de 23 de janeiro de 2023. Institui a Política Nacional de Educação Digital e altera as Leis nºs 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), 9.448, de 14 de março de 1997, 10.260, de 12 de julho de 2001, e 10.753, de 30 de outubro de 2003. Brasília, DF: Presidência da República, 2023. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/l14533.htm. Acesso em: 3 abr. 2023.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 7 abr. 2023.

BRASIL. Projeto de Lei do Senado n° 185, de 2008. Acrescenta o parágrafo 6º no art. 26 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para obrigar a exibição de filmes e audiovisuais de produção nacional nas escolas da educação básica. Brasília: Senado Federal, 2008. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/85084. Acesso em: 18 nov. 2024.

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. Educação em um cenário de plataformização e de economia de dados: problemas e conceitos. São Paulo: CGI.br, 2022. E-book.

COULDRY, Nick; MEJIAS, Ulises A. Data Colonialism: Rethinking Big Data’s Relation to the Contemporary Subject. Television & New Media, [S. l.], v. 20, n. 4, 2018.

EDMONDSON, Ray. Audiovisual Archiving: Philosophy and Principles. Paris: UNESCO, 2004. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000243973. Acesso em: 13 nov. 2024.

FAUSTINO, Deivison; LIPPOLD, Walter. Colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana. São Paulo: Boitempo, 2023.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. 50. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

GIRARDELLO, Gilka. Encontrar, escolher e articular filmes brasileiros para crianças: notas a partir de uma curadoria. In: FRESQUET, Adriana (org.). Cinema e Educação: a lei 13.006: reflexões, perspectivas e propostas. Rio de Janeiro: Universo Produção, 2016. p. 187-195. Disponível em: http://redekino.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Livreto_Educacao10CineOP_WEB.pdf. Acesso em: 16 ago 2018.

GONDAR, Jô; DODEBEI, Vera (org.). O que é memória social? Rio de Janeiro: Contra Capa, 2005.

GOYANES, Paloma Hidalgo. Prevenir la amnesia colectiva: el acceso público a los archivos de télévision. Documentación de las Ciencias de la Información, [S. l.], v. 36, 143-166, 2013. Disponível em: https://revistas.ucm.es/index.php/DCIN/article/view/42946. Acesso em: 13 nov. 2024.

HISSA, Débora Liberato Arruda. A leitura plataformizada na mídia digital: da sobrecarga informacional à perda do pensamento crítico. Revista da ABRALIN, v. 23, n. 2, p. 304-331, 2024. Disponível em: https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/2208. Acesso em: 14 nov. 2024.

HUI, Yuk. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu, 2020.

JENKINS, Henry et al. Confronting the Challenges of Participatory Culture: Media Education for the 21th Century. London: The MIT Press, 2009. Disponível em: https://direct.mit.edu/books/oa-monograph/3204/Confronting-the-Challenges-of-Participatory. Acesso em: 14 nov. 2024.

MONTEIRO, Aline Veríssimo. Cinema, Paulo Freire e educação em tempos de desordem informacional: o poder das imagens na escola. In: FRESQUET, Adriana; ALVARENGA, Clarisse (org.). Cinema e educação digital: a lei 14.533: reflexões, perspectivas e propostas. [S. l.]: Cinema Sem Fronteiras, 2023. v. 2. p. 234-245. E-book.

NEUT AGUAYO, Pablo et al. Plataformización educativa y profesionalidad docente: tensiones y nudos críticos. EDUTEC: Revista Electrónica de Tecnología Educativa, [S. l.], n. 87, 2024.

OBRIST, Hans-Ulrich. Ways of Curating. New York: Farrar, Straus and Giroux, 2014.

SCHELLENBERG, Theodore R. Arquivos modernos: princípios e técnicas. 6. ed. Tradução de Nilza Teixeira Soares. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

SODRÉ, Muniz. Reinventando a educação: diversidade, descolonização e redes. Petrópolis: Vozes, 2012.

SOUSA, Ana Paula; RAVANCHE, Guilherme. Janelas em revolução: disrupções, dilemas regulatórios e novas oportunidades para o audiovisual. São Paulo: Projeto Paradiso, 2022.

UNICEF. Covid-19: are children able to continue learning during school closures? A global analysis of the potential reach of remote learning policies using data from 100 countries. [S. l.]: UNICEF, 2020. Disponível em: https://data.unicef.org/wp-content/uploads/2020/11/RemoteLearningFactsheet_Updated.pdf. Acesso em: 14 nov. 2024.

VALLE, Ione Ribeiro. O lugar da educação nos projetos de modernidade: escola e diferenciação social. In: VALLE, Ione Ribeiro; HAMDAN, Juliana Cesario; DAROS, Maria das Dores (orgs.). Moderno, modernidade e modernização: a educação nos projetos de Brasil – séculos XIX e XX. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2014. v. 2. p. 17-36.

VERGARA, Luiz Guilherme. Curadoria educativa: percepção imaginativa/consciência do olhar. In: CERVETTO, Renata; LÓPEZ, Miguel (org.). Agite antes de usar: deslocamentos educativos, sociais e artísticos na América Latina. São Paulo: Edições Sesc, 2018. p. 39-45.

VERONESI, Ingrid. Tendências Digitais 2023. Comscore, [S. l.], 25 abr. 2023. Disponível em: https://www.comscore.com/por/Insights/Apresentacoes-e-documentos/2023/Tendencias-Digitais-2023. Acesso em: 13 nov. 2024.

WILLIAMS, Raymond. Televisión: tecnología y forma cultural. Buenos Aires: Paidós, 2011.

ZUFFO. Marcelo Knörich. TV Digital Aberta no Brasil: políticas estruturais para um modelo nacional. [S. l.]: [s. n.], [2003]. Disponível em http://www.lsi.usp.br/~mkzuffo/repositorio/politicaspublicas/tvdigital/TVDigital.pdf.

Downloads

Publicado

2025-05-12

Como Citar

FRESQUET, A. M.; MARTINS, K. J.; PAES, B. T. Educação digital e acervos audiovisuais nas escolas brasileiras: possibilidades e atravessamentos. Revista GEARTE, [S. l.], v. 12, 2025. DOI: 10.22456/2357-9854.147407. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/gearte/article/view/147407. Acesso em: 20 jun. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Acervos Audiovisuais para Pedagogias com Cinema em Tempos de Educação Midiática