Wittgenstein, Terapia e Educação Escolar Decolonial

Autores

Palavras-chave:

Educação escolar decolonial, Ludwig Wittgenstein, Terapia.

Resumo

Partindo-se da convicção de que o conjunto da obra de Wittgenstein - que tem como marco decolonial emblemático de partida a crítica terapêutico-gramatical que ele dirige à obra monumental do antropólogo escocês James George Frazer, intitulada O ramo de ouro - pode ser visto, não propriamente como uma filosofia ou uma nova filosofia, mas como um filosofar (auto)terapêutico acerca de um conjunto de problemas que a tradição escolar denominou ‘filosóficos’ - dentre eles, o problema básico da linguagem que, para ele, não constitui um problema entre outros, mas a condição para o filosofar e, por extensão, para a desconstrução filosófica ou verbalista dos demais problemas -, o propósito deste artigo é caracterizar e descrever terapeuticamente o que vemos como o aspecto decolonial desse filosofar. Para isso, levaremos ao divã, constitutindo-o como uma doença passível de ser tratada por uma atitude terapêutico-gramatical, o próprio problema da colonialidade que vem orientando a educação escolar global desde a constituição dos sistemas nacionais de escolarização, a partir do século XIX. Sob esta perspectiva, temos assumido e praticado a crença de que uma escrita (auto)terapêutica deve ser também uma escrita (auto)decolonial. Assim, optamos por escrever este artigo segundo um gênero dialógico polifônico, que é também uma das características do modo terapêutico de LW filosofar. Especificamos as autorias das vozes que participam do diálogo pelas iniciais do nome e sobrenome de seus autores, de modo que Ludwig Wittgenstein aparecerá como LW. Já as nossas vozes serão referenciadas por HW e WH, o que, intencionalmente, não as distinguem.

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Biografia do Autor

Antonio Miguel, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas/SP

Antonio Miguel é professor do Departamento de Ensino e Práticas Culturais da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. Membro do Grupo Indisciplinar de Pesquisa Educação, Linguagem e Práticas Culturais (PHALA) e do Grupo História, Filosofia e Educação Matemática (HIFEM). 

Carolina Tamayo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte/MG

Carolina Tamayo é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Membro do Grupo Indisciplinar de Pesquisa Educação, Linguagem e Práticas Culturais (PHALA) e do Grupo de Estudo InSURgir. Coodenadora para América do Sur da Red Internacional de Etnomatemática. 

Publicado

2020-11-03

Como Citar

Miguel, A., & Tamayo, C. (2020). Wittgenstein, Terapia e Educação Escolar Decolonial. Educação & Realidade, 45(3). Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/107911

Edição

Seção

Wittgenstein e Educação