O filme Kids e a política de demonização da juventude
Palavras-chave:
educação e sexualidade, cinema e educação, disciplina, adolescência e educaçãoResumo
Um dos filmes mais controvertidos sobre a sexualidade adolescente a aparecer em 1995 foi Kids. Flutuando na superficie de um cinismo sem saída, o filme de Clark deixa de investigar onde está localizada a identidade para os/as jovens urbanos/as que ele representa. O realismo de Clark atua muito facilmente para definir as turbulentas experiências dos/as adolescentes que ele representa, não a partir de sensíveis considerações históricas e sociais, mas a partir de evocações estilizadadas de choque e transgressão. A confiança de Clark na verossimilhança de uma narrativa tipo "documentário", ao jogar com os
medos e ansiedades da platéia e colocar a sexualidade e o hedonismo como forças impulsionadoras da agência entre jovens urbanos, revela o conservadorismo ideológico que sustenta Kids. Vistos como não possuindo qualquer capacidade critica, os/as jovens são definidos primariamente por uma sexualidade que é vista como fora de controle, exigindo vigilância, restrição legal e outras formas de poder disciplinar.