
África do Sul, século XIX. Uma mulher da tribo dos Khoisan com 1,35m de alturae nádegas de tamanho descomunal é encontrada por exploradores europeus. Com o nome de Saartjie Baartman é levada primeiramente para Londres e depois para Paris onde virou atração de circo, sendo apresentada como a “Vênus Hotentote” dentro de uma jaula e coberta por adereços femininos. Após sua morte, ela tem o corpo desmembrado para estudos científicos tendo seus restos mortais: o cérebro, a vagina e o esqueleto expostos no Museu do Homem em Paris durante duzentos anos. Em 2002, Nelson Mandela lhe confere um enterro simbólico no seu local de nascimento, onde vivera sua tribo. Através de um exercício cênico, a partir do conto A Menor Mulher do Mundo de Clarice Lispector, sua imagem foi reconstruída através da confecção de uma boneca onde o imaginário que permeia a representação do seu corpo foi redimensionado de um significado de brinquedo, para um significado de feminino sagrado.