MULHERES QUE AO DESVIAR DAS CATEGORIAS FIXAS ENSINAM A RE-PENSAR GÊNERO E A RE-COMPOR UM PROJETO CIVILIZATÓRIO DESDE O CHÃO DOS TERRITÓRIOS

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Resumo

Resumo

O presente ensaio é tecido a partir das experiências vividas em um território negro, na cidade de Porto Alegre, o Quilombo dos Machado, mais especificamente, em meio às suas mulheres. Não se trata de mobilizar lentes de gênero externas à comunidade para extrair delas conclusões totalizantes e quase sempre precárias. Trata-se, sim, de ir percebendo, com cuidado, como se dão, em território quilombola, os combates em que as mulheres são aquelas que se levantam para lutar. Faremos isso, sobretudo, a partir dos diários de campo da primeira autora aqui, que conviveu, militou e produziu conhecimento com essas interlocutoras estabelecendo um recorte entre o período de 2017 e 2018[1]. A proposta é mobilizar alguns excertos desses diários de campo atraídos pela chamada deste dossiê e ir tecendo reflexões em aliança com novas parcerias teóricas. Percebe-se a reconstituição de narrativas sobre mulheres quando se criam estratégias para que suas vozes ecoem revelando outro projeto civilizatório.


[1] O teor central contido neste artigo é fruto do esforço acadêmico-político empreendido na dissertação de mestrado: “O Quilombo dos Machado e a pedagogia da ginga: deslocamentos em busca da vida” (PATRÍCIA PEREIRA, 2019). Escrever a partir daí é também uma tentativa de fazer com que as experiências da vida acadêmica, rendam mais;   compreendendo que sempre é possível revisitar o pensamento, permitindo novas reflexões das dobras conceituais propostas pelas pessoas que escrevem a vida com seus corpos a partir dos territórios. A atuação das autoras se mantém, na atualidade, junto ao território, no caráter político e acadêmico.

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Biografia do Autor

Patrícia Gonçalves Pereira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Patrícia GP trabalha com formação de professoras/es, é doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural na linha de pesquisa:  territorialidade, bem-viver, alimentação e saúde, na UFRGS. Integra o NEAB/UFRGS. Atua especialmente com: Epistemologias do Sul; experiência cartográfica de quilombos urbanos; leituras, escritas, composições a partir de experiências feministas insurgentes e políticas públicas educacionais. E, Compõe a Frente Quilombola Rio Grande do Sul.

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Publicado

06-04-2022

Como Citar

PEREIRA, P. G. MULHERES QUE AO DESVIAR DAS CATEGORIAS FIXAS ENSINAM A RE-PENSAR GÊNERO E A RE-COMPOR UM PROJETO CIVILIZATÓRIO DESDE O CHÃO DOS TERRITÓRIOS. Revista Contraponto, [S. l.], v. 8, n. 3, 2022. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/contraponto/article/view/118007. Acesso em: 28 mar. 2024.