Seriam os goblins, na verdade, humanos? Colonização, racismo e barbárie em Dragon’s Dogma
Resumo
Neste trabalho, analiso o jogo eletrônico Dragon’s Dogma, com ênfase no modo como ele constrói a representação de goblins em sua narrativa. Para tal, tomo a Psicanálise como um caminho metodológico possível para escutar os elementos da cultura presentes na obra. Entendo que a representação feita acerca dos goblins no jogo não é distante das representações racistas construídas contra povos historicamente identificados como bárbaros, bem como contra povos identificados como não-brancos durante a história da colonização. Assim, busco questionar os conceitos históricos de bárbaro e humano, e pensar possibilidades decoloniais e antirracistas na escrita de análises de produções da cultura, especificamente jogos eletrônicos. Saliento que o jogo aponta para uma marca racista da cultura que insiste em tornar presente elementos de um passado colonial violento. Finalmente, questiono a utilidade e os efeitos ético-políticos da pergunta por quem é humano e proponho pensar em possibilidades de responsabilização e reparação a partir do contato com a obra.
Palavras-Chave: Colonização; Jogos digitais; Barbárie; Racismo; Psicanálise.
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