Flexibilização e precariedade: a realidade laboral das trabalhadoras do complexo energético em Quevedos (RS)
Resumo
A instalação de quatro centrais de pequenas usinas hidrelétricas na cidade de Quevedos, no estado do Rio Grande do Sul, provocou o surgimento de diversas empresas e de trabalhadores de geografias distintas no território. A alteração na estrutura ocupacional do município ofereceu empregos subcontratados e informais em diferentes setores (alimentícios, limpeza, construção civil e administrativo), assentados na flexibilidade laboral. Como consequência, surgiram demandas por serviços sexuais no local. Este artigo busca analisar a precariedade das condições de trabalho e a formação de um território de gênero entre os espaços das usinas e os prostíbulos locais. A metodologia é de natureza qualitativa e, como técnica, utilizouse entrevistas com um grupo de mulheres que atuam na órbita do complexo energético, com um agente administrativo, com profissionais liberais e com
informantes; também, fez-se a análise documental de mídias digitais, jornais, imagens e redes sociais. O artigo traz à tona um território de gênero, a partir das experiências das trabalhadoras no que tange à precariedade das condições objetivas de trabalho (altas jornadas, baixos salários, instabilidade, mobilidade geográfica, etc.), e, na dimensão subjetiva, identifica-se a perda do controle sobre a própria vida, tendo, como corolário, tanto as opressões nas relações de gênero (dupla jornada, assédios e violências) como as resistências laborais.
Palavras-chave: Território de gênero; Trabalho feminino; Flexibilidade; Precariedade.
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