
Este ensaio tem como objetivo compartilhar um processo de pesquisa ainda em construção. Trata-se de uma conversa entre slam e universidade, arenas pelas quais a palavra circula, espaços recheados de presença que foram esvaziados pela pandemia. Um campo que precisou ser reinventado. Apresentamos os caminhos metodológicos desta etnografia dos territórios sentidos – territórios costurados de sentidos pela palavra, fronteiras de verbos, pelas quais a Educação encontra fluxos de Saúde para a vida que padece em nós e fora de nós. Nesta costura em conversa quem dá a linha são slammers, de diversas partes do Brasil, que participaram da 8ª e 9ª edição do Slam da Festa Literária das Periferias (FLUP) e compartilharam suas poesias e narrativas de vida em podcasts - Minas Pretas (2020) e Pimenta no Cúir(2021). Carretéis de vozes de mulheres que se encontram com outras vozes nesta tessitura, um território costurado pela escuta, um campo que também é referencial teórico, pontes que se erguem na escrita, criando alinhavos provisórios e circunstanciais que perpassam pelas estruturas de sustentação patriarcais e coloniais que servem há séculos de nutrição para o capitalismo e suas consequências catastróficas que enfrentamos. Que esta pesquisa possa contribuir com pistas para uma formação humana em direção a um comum possível entre todas as espécies de vida do planeta. Apresentamos fios soltos para seguir a costura da tese, brechas em oralidades, sementes de futuro que moram na poesia e se aninham na garganta das mulheres.