A velha escola de rap e a nova escola de rap: problemas de método na análise de grupos culturais
Resumo
O presente artigo traz novos pontos para a análise de grupos desenvolvida por Ricardo Teperman em seu livro Se liga no som: as transformações do rap no Brasil (2015b) e em seu artigo O rap radical e a "nova classe média" (2015). Em suas pesquisas Teperman argumenta que a ascensão da “nova classe média” no Brasil, a partir dos anos 2000, teria possibilitado o surgimento de uma “nova escola de rap”, personificada na figura do rapper Emicida. De acordo com o antropólogo, esta nova escola estaria causando mudanças estruturais em todo o movimento hip hop. Usando o grupo Racionais MC’s como representante da “velha escola”, o autor argumenta que a aproximação entre as duas escolas teria causado um abrandamento político no rap atual mais próximo da classe média. Objetivamos com esse trabalho demonstrar que a dimensão de classe é insuficiente para a leitura dos desdobramentos na cena rap. Trazendo à baila elementos dos Estudos Culturais destacamos a importância de situar o grau de análise dos grupos para além das condições de classe, relacionando o movimento a outros conceitos como raça e gênero, assim como a posição dos indivíduos em relação ao grupo para uma melhor apreensão das práticas. Para isso, proponho uma revisão bibliográfica. Constata-se, desse modo, que embora os rappers tenham abrandado o discurso revolucionário de classe, o mesmo não se revela em relação às questões raciais e de gênero, que passam a figurar como categorias centrais no movimento.
Palavras-Chave: Rap; método; nova escola; velha escola; estudos culturais.
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