A tradução teatral: uma abordagem psicolinguística
Resumo
Desde a publicação da primeira edição de The Translator’s Invisibility [A Invisibilidade do Tradutor], de Venuti, a dicotomia entre as abordagens estrangeirizantes e domesticantes na tradução tem sido objeto de debate nos Estudos de Tradução. Neste artigo, não pretendo tratar das implicações políticas dessa oposição, pois estas já foram amplamente discutidas (Robinson, Bassnett & Trivedi, Tymoczko, entre outros). Em vez disso, o que desejo é demonstrar que um nível maior de domesticação pode ser necessário na tradução teatral, devido ao meio envolvido. Mostrarei que o tradutor precisa levar em consideração não apenas a natureza oral do diálogo, mas também a natureza auditiva da sua recepção. A natureza auditiva da recepção de um texto teatral também implica sua impermanência e irreversibilidade. Essas características não permitem uma reexaminação da informação linguística fornecida. Com base em estudos da Psicolinguística e da Psicologia Cognitiva, mostrarei como certas estratégias de estrangeirização aplicadas com sucesso à tradução de textos escritos podem se revelar problemáticas quando aplicadas à tradução teatral. Para tanto, usarei um único estudo de caso, um projeto de tradução dramática em andamento: a tradução de Convincing Ground, de Mence, para o italiano. Meu objetivo é demonstrar que uma estratégia de estrangeirização pode não apenas atrapalhar a reação de decisão lexical do público, ou até mesmo impedi-la completamente durante o tempo da enunciação, mas também resultar na falha em transmitir a caracterização dos personagens retratados no mundo ficcional, bem como a relação que eles mantêm entre si, moldada e negociada por meio da linguagem.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
a. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a primeira publicação do texto nesta revista, aumentando, assim, o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).