Tradutores medievais e tradutoras feministas: a mesma ética de tradução?
Resumo
O objetivo do presente artigo é traçar um paralelo entre os tradutores medievais franceses e as tradutoras feministas canadenses. Para tanto, o autor buscou cinco pontos de comparação. Primeiramente a apropriação do texto de partida, ou seja, em que medida os dois grupos de tradutores, separados geográfica e temporalmente, lidavam com o texto de partida em suas traduções, seja melhorando-os, adaptando-os ou reorganizando-os. Também comparou a busca por legitimidade, quer dizer, os tradutores medievais levantando a questão da tradução para o vulgar diante da autoridade do latim e, por sua vez, as tradutoras feministas buscando legitimar a voz feminina diante do discurso patriarcal. Os esquemas e o didatismo nos prefácios foram outro ponto de comparação, sendo utilizados por ambos os grupos, seja em seu desenho formal, seja em seu papel educativo. As intervenções na língua também foram observadas: os tradutores medievais precisavam criar palavras na língua vulgar para dar conta das significações do latim, e as tradutoras feministas apagavam as marcas sexistas da língua, desconstruindo e reconstruindo palavras. O último ponto de comparação, a visibilidade do tradutor ou da tradutora em sua tradução, demonstrou o quanto os dois grupos
deixavam transparente sua presença nos textos traduzidos.
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