A Tradução Feminista

Autores

  • Gabrielle Aimi UFRGS

Resumo

Há várias regras gramaticais de gênero na língua francesa que não existem no inglês. Como resultado, ao traduzir entre essas duas línguas no feminino, o tradutor pode ou não reconhecer a necessidade de manter a distinção de gênero. Como o posicionamento sobre o assunto traduzido é também o posicionamento do gênero, este último conduz o tradutor em sua leitura do texto, determinando a forma como ela/ele decodifica e interpreta o que está sendo reescrito. Conforme aponta Lotbinière-Harwood, existem quatro línguas envolvidas em tal processo de tradução: a língua fonte, a língua alvo, o masculino e o feminino. Uma análise da variação de estilos entre tradutores e tradutoras confirma que aquele que traduz influencia na língua, e mostra a importância de manter a consciência de gênero, a fim de suprimir os estereótipos sociais e linguísticos frequentemente encontrados na tradução de literatura feminina. Diversos exemplos de traduções anteriores, como as de Anne Hébert e Nicole Brossard, são usadas para argumentar que a tradução é uma metáfora da escrita e pode servir como ferramenta para reforçar as realidades sociais e políticas do nosso tempo. O quadro geral da discussão se mostra nas ideias sobre a ressexualização da língua de Susanne Lotbinière-Harwood e na sua noção de que a língua nunca é neutra e que o significado do feminino às vezes se torna vítima da formação linguística do tradutor, assim como a ideia de Luise von Flotow de que tradução é uma expressão das barreiras linguísticas do feminino.

 

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Biografia do Autor

Gabrielle Aimi, UFRGS

 

 

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Publicado

2022-09-05

Como Citar

Aimi, G. (2022). A Tradução Feminista. Cadernos De Tradução, 1(47). Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/cadernosdetraducao/article/view/123652