UMA CONFIGURAÇÃO PARA O ENSINO SECUNDÁRIO (1930-1960): CULTURA, FORMAÇÃO HUMANA E BOA EDUCAÇÃO
Keywords:
História do Ensino Secundário, História político-jurídica, Estudos CurricularesAbstract
Neste texto apresentamos alguns resultados de pesquisa, inscrita no campo da história da educação, circunscrita ao cruzamento dos campos da história política-jurídica e do pensamento curricular, que buscou mapear uma configuração do ensino secundário nos discursos projetados sobre as noções de cultura, formação humana e boa educação. Tal projeção tomou como fontes um conjunto de dissertações produzidas sobre o ensino secundário pelos/nos Grupos de Estudos e Pesquisas, Observatório de Cultura Escolar (UFMS) e História da Educação (UFMG), no período de 1999 a 2010. Tais fontes são tomadas na perspectiva de investigar comparativamente como foram tratados, observados e/ou analisados documentos oficias (Leis, Decretos, Portarias, entre outros) do ensino secundário, publicados no período de 1930 a 1960. Neste enquadramento, essa investigação está ancorada na hipótese de que os estudos sobre ensino secundário, produzidos pelas dissertações e teses, em comparação, de um lado, podem registrar processos de relativização cultural e ideológica, promotoras de novas formas de entender a apropriação dos documentos legais nacionais e locais. De outro, demonstram a necessidade de desmistificação das noções de cultura, formação humana e consciência patriótica que, quando transpostas para os documentos, parecem apenas uma versão singular fundada no processo de “universalização” deste nível de ensino.
Downloads
References
APPLE, M. Ideologia e currículo. Porto Alegre, RS: Artmed, 2006.
BRAGA, H. dos S. O ensino de Latim na Escola Maria Constança Barros Machado como reflexo da história da disciplina no Brasil (1939-1971). 2005. Dissertação (PPGE: Curso de Mestrado). Campo Grande: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2005.
BRASIL. Decreto n° 19.890, de 18 de abril de 1931. Dispõe sobre a organização do ensino secundário. In: Vieira, S. L. et al. Leis de reforma da educação no Brasil: império e república. Brasília: INEP, 2008, p. 108-118, v. 2.
BRASIL. Decreto nº 21.241 de 04 de abril de 1932. In: ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil (1930-1973). 18ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1996, p. 136-139.
_____. Reforma Capanema. Decreto nº 4.244 de 09 de abril de 1942. 1942. Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Vargas/decreto-lei%204.244-1942%20reforma%20capanema-ensino%20secund%E1rio.htm>. Acesso em 14/08/2015.
_____. Lei n. 4024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. In: Documenta n.1, Rio de Janeiro, março, 1962.
DEPAEPE, M. & SIMON. Sobre el treball amb fonts: consideracions des del taller sobre la història de l’educació. Educació i Història: Revista d’Història de l’Educació, núm. 15 (gener-juny), 2010, p. 99-122.
DUBET, F. O que é uma escola justa? Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v.34, n. 123, p. 539-555, set./dez, 2004.
FENDLER, Lyn. There Are No Independent Variables in History. In: Thomas S. Popkewitz (org). Revisioning the History of Education Transnational Perspectives on its Questions, Methods, and Knowledge. New York, Palgrave Macmillan, 2013, pp. 223-244.
ELIAS, N. Introdução à sociologia. Braga: Edições 70, 1980.
GOODSON, I. Currículo: teoria e história. Petrópolis (RJ): Vozes, 2005.
GONÇALVES NETO, W. Cultura escolar e legislação e Minas Gerais: o município de Uberabinha no início da República. In: Yazbeck, D. C. e Rocha, M. B. M. da. Cultura e história da educação: intelectuais, legislação, cultura escolar e imprensa. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2009, p. 69-102.
NEIVA, I. K. de A. Educação Musical Escolar: o canto orfeônico na escola normal de Belo Horizonte (1934-1971).2008. Dissertação (Mestrado em Educação). Belo Horizonte: Faculdade de Educação da UFMG, 2008.
NUNES, C. O “velho” e “bom” ensino secundário: momentos decisivos. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, ANPED, n 14, 2000, p. 35-60.
OLIVEIRA. S. S. A história da disciplina escolar francês no Colégio Estadual Campograndense (1942-1962). 2009. Dissertação (PPGE: Curso de Mestrado). Campo Grande: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2009.
QUEIROZ, P. R. C. Condições econômicas do sul de Mato Grosso no início do século XX. Fronteiras, Campo Grande, v. 1, n. 2, p. 113-136, 1997.
RAWLS, J. Justiça e Democracia. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
SANTOS, Católicos e Protestantes: escolas confessionais fundadas por missionários estrangeiros, Belo Horizonte – MG (1900-1950). 2010. Dissertação (Mestrado em Educação). Belo Horizonte: Faculdade de Educação da UFMG, 2010.
SILVA, F. C. T. Observatório de Cultura Escolar (9): estudo histórico-comparado da produção de conhecimento sobre o ensino secundário. UFMS, CNPQ – Edital de Ciências Humanas, 2013.
_____. Dos Estudos Comparados à Escrita Histórico-Social do Currículo: documentos curriculares como fontes. Mimeo: Pesquisa Pós-doutorado Sênior, CNPQ, 2014.
SOUZA, R. F. de. História da organização do trabalho escolar e do currículo no século XX: (ensino primário e secundário no Brasil). São Paulo: Cortez, 2008.
SCHWARTZMAN, S.; BOMENY, H. M. B.; Costa, V. M. R. Tempos de Capanema. São Paulo: Paz e Terra; Fundação Getúlio Vargas, 2000.
THOMPSON, E. P. A miséria da teoria. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
_____. Tradición, revuelta y consciencia de clase. Barcelona: Crítica; Grijalbo, 1984.
WARDE, M. J. Investigações acerca da escola no espaço-tempo da cultura escolar. IN: Silva, F. C. T.; Pereira, M. V. M. Observatório de Cultura Escolar: estudos sobre escola, currículo e cultura escolar. Campo Grande: Editora UFMS, 2013, pp. 33-50.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
História da Educação utilizes as a base to transfer right to the CreativeCOmmons BY license (creativecommons.org) for open access periodicals Open ArchivesIniciative (OAI), greenroad category.
Open access means making it freely available on the Internet, so that the users can read, download, copy, distribute, print, research or reference the full text of the documents, process them for indexation, utilize them as input data for software programs, or use them for any other legal purpose, without a financial, legal or technical barrier.
a) Authors keep the copyrights and grant the right of first publication to the journal, with the work simuoltaneously licenced under the Creative Commons Attribution License, which enables sharing the text with acknowlegement of authorship and initial publication in this journal.
b) Authors have permission to take up additional contracts separately for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g. publishing in an institutional repository or as a book chapter) with acknowledgment of authorship and initial publication in this jounral.
c) Authors have permission and are encouraged to publish and distribute their work online (e.g., in institutional repositories or on their personal page) to any point before or during the publication process, since this may generate productive changes, and also increase the impact and citation of the work published.