O parangolé e a dança dos olhares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2179-8001.98283

Palavras-chave:

Eduardo Viveiros de Castro. Fotografia. Hélio Oiticica. Parangolé

Resumo

Neste artigo, parte-se da análise detalhada de uma fotografia de Hélio Oiticica feita pelo antropólogo Eduardo Viveiros de Castro durante as filmagens do documentário H.O., de Ivan Cardoso, em que há, à primeira vista, uma nítida diferença entre a cena do filme de Cardoso e a fotografia de Eduardo Viveiros de Castro. É pela integração da comunidade e do entorno que esta se distancia daquela. Enquanto Ivan Cardoso centra-se na figura de Oiticica (não por acaso, os títulos de seus curtas derivam do nome do artista) ou nas daqueles que vestem os parangolés, chamando a atenção para a “interiorização da experiência” – para tomarmos emprestada uma formulação de Guy Brett –, Viveiros de Castro preocupa-se em colocar o artista em relação, enfatizando, em certo sentido, a “exteriorização da experiência”.

Abstract

In this article, we analyse a photograph of Hélio Oiticica taken by the anthropologist Eduardo Viveiros de Castro during the filming of Ivan Cardoso’s documentary about Oiticica. In this photograph, on first sight, the scene from Ivan Cardoso's film is quite unlike Viveiros de Castro's photograph in that the former integrates with community and environment whereas the photo does not. While Cardoso focuses on Oiticica himself (it was no coincidence that titles of his short films came from the latter's name) or on people wearing parangolés, as a way to draw attention to the “internalization of experience” – to borrow a formulation from Guy Brett –, Viveiros de Castro aims to place the artist in this relation and in a certain sense underscores the “externalization of experience”.

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Biografia do Autor

Veronica Stigger, Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP)

Escritora, pesquisadora, curadora independente e professora universitária. Possui doutorado em Teoria e Crítica de Arte pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisas de pós-doutorado pela Università degli Studi di Roma “La Sapienza”, pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) e pelo Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. É professora das Pós-Graduações em História da Arte, em Fotografia e em Práticas Curatoriais da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Entre seus livros publicados, estão Opisanie świata (São Paulo: Cosac Naify: 2013), Sul (São Paulo: 34, 2016) e Sombrio ermo turvo (São Paulo: Todavia, 2019).

Referências

Sem referências

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Publicado

2019-11-25

Como Citar

Stigger, V. (2019). O parangolé e a dança dos olhares. PORTO ARTE: Revista De Artes Visuais (Qualis A2), 24(42). https://doi.org/10.22456/2179-8001.98283

Edição

Seção

DOSSIÊ: Apagamentos da memória na arte