Divulgação científica nos arquivos do Brasil: representação arquivística na construção da memória e identidade
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245252.256-277Palavras-chave:
Divulgação científica. Arquivos. Memória e discursoResumo
Objetivar a divulgação dos acervos arquivísticos para um público amplo é tarefa estimulante porque, tradicionalmente, esse público não visita os arquivos.O pressuposto de que é função social do arquivo ampliar a utilização de seus acervos e o número de seus usuários é o que norteia este estudo sobre as condições do acesso aos documentos de arquivo por parte da população. Assim agindo, o arquivo permite a efetivação da plena cidadania. A dimensão divulgadora faz com que essas instituições consigam atingir um público cada vez maior para utilizar seus acervos, aumentando o número de seus usuários. O objetivo desta proposta é tematizar a perspectiva de ampliação do acesso aos documentos custodiados nos arquivos, considerando a existência de instituições que anunciam ter essa finalidade para os acervos que organizam e preservam. A abordagem metodológica é exploratória e utilizou a revisão de literatura sobre categorias conceituais relacionadas com divulgação de acervos arquivísticos e construção de memórias. Os resultados são: ainda há uma identificação precária entre os arquivos públicos e a maior parte da população; nota-se a insuficiência de estratégias elaboradas pelas entidades custodiadoras sobre seus acervos arquivísticos de modo a atingir um público amplo que comumente não visitaria os arquivos. Esta investigação não só amplia o conhecimento sobre os arquivos como recurso informacional para o cidadão, mas principalmente propicia a produção de conhecimento sobre um tema fundamental para a emergência de novas discussões no espaço acadêmico envolvendo diversos atores sociais: a representação do conhecimento arquivístico para a população leiga.
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