Bibliotecários, censura e os novos mediadores
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-5245.29.126480Palavras-chave:
bibliotecários, censura, mediadoresResumo
Tendo em vista a discussão histórica sobre bibliotecas e censura, este texto apresenta e explora, a partir da exposição e discussão de casos recentes, alguns aspectos que envolvem contemporaneamente a interdição de livros e informações e suas implicações para o exercício profissional do(a) bibliotecário(a). Dentre eles destacam-se: (1) as formas renovadas de censura na contemporaneidade; (2) a instrumentalização de obras literárias e informações na mobilização/polarização política organizada em torno das guerras culturais; (3) o papel dos novos mediadores dos fluxos informacionais na internet e o combate à desinformação; (4) os desafios éticos que os bibliotecários enfrentam em um cenário informacional complexo. A partir destes aspectos, intenta suscitar e discutir questões pertinentes à censura no tempo presente e suas implicações para a ação bibliotecária.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Afonso. As fake news e o Ministério da Verdade Corporativa. Eptic, Aracaju, v. 23, n. 1, p. 124-141, jan./abr. 2021.
ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Mediação da informação: um conceito atualizado. In: BORTOLIN, Sueli; SANTOS NETO, João Arlindo dos; SILVA, Rovilson José da (org.). Mediação oral da informação e da leitura. Londrina: ABECIN, 2015. p. 9-32.
AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION (ALA). ALA Statement on Book Censorship. ALA, Chicago, 29 nov. 2021. Available in: https://www.ala.org/advocacy/statement-regarding-censorship. Accessed on: 10
may 2022.
AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION (ALA). Top 10 most challenged books lists. ALA, Chicago, 2022. Available in: https://www.ala.org/advocacy/bbooks/frequentlychallengedbooks/top10. Accessed on: 20 feb. 2022.
BÁEZ, Fernando. História universal da destruição dos livros: das tábuas sumérias à guerra do Iraque. São Paulo: Ediouro, 2006.
BRAYNER, Cristian. A censura de livros no Brasil de 2018. Biblioo, Rio de Janeiro, 5 out. 2018. Disponível em: http://biblioo.info/censura-de-livros-nobrasil-2018/. Acesso em: 2 mar. 2022.
BRISOLA, Anna; BEZERRA, Arthur Coelho. Desinformação e circulação de “fake news”: distinções, diagnóstico e reação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 19., 2018, Londrina. Anais [...]. Londrina: Universidade Estadual de Londrina,
p. 3317-3330.
CARLSON, Matt. Fake News as an informational moral panic: the symbolic deviance of social media during the 2016 presidential election. Information, Communication & Society, London, n. 23, v. 3, p. 374-388, 2020. Available in: https://doi.org/10.1080/1369118X.2018.1505934. Accessed on: 2 aug. 2022.
FOLHA DE S. PAULO. Fundação Palmares faz cruzada ideológica e deve excluir metade do seu acervo. Folha de S. Paulo, Belo Horizonte, 11 jun. 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/06/fundacaopalmares-faz-cruzada-)ideologica-e-deve-excluir-metade-do-seu-acervo.shtml. Acesso em: 15 fev. 2023.
GALLEGO, Esther Solano; ORTELLADO, Pablo; MORETTO, Márcio. Guerras culturais e populismo antipetista nas manifestações por apoio à Operação Lava Jato e contra a Reforma de Previdência. Em Debate, Belo Horizonte, v. 9, n. 2, p. 35-45, ago. 2017.
GARRALÓN, Ana. Contra o politicamente correto. Revista Emília, São Paulo, 25 jun. 2019. Disponível em: https://emilia.org.br/contra-o-politicamentecorreto-na-literatura-infantil/. Acesso em: 10 jan. 2022.
GERBET, Thomas. Des écoles détruisent 5000 livres jugés néfastes aux Autochtones, dont Tintin et Astérix. Radio-Canada, Ottawa, 7 sept. 2021. Disponible en: https://ici.radio-canada.ca/nouvelle/1817537/livres-autochtonesbibliotheques-ecoles-tintin-asterix-ontario-canada. Accès à: 3 jan. 2022.
GONÇALVES, Letícia. Economia moral do aborto e a retórica da ‘defesa da vida’. In: NATIVIDADE, Cláudia; SILVA, Deserèe de Oliveira Carneiro; ARAUJO, Jeanyce Gabriela (org.). Olhares e fazeres das mulheres das Gerais: discussões sobre gênero, sexualidade e raça. Belo Horizonte: Conselho
Regional de Psicologia, 2019. v. 2, p. 140-159.
GONZALEZ DE GOMEZ, Maria Nélida. Regime de informação: construção de um conceito. Informação & Sociedade: estudos, João Pessoa, v. 22, n. 3, p. 43-60, 2012.
GUZMAN, Francisco. What we know about the removal of Holocaust book 'Maus' by a Tennessee school board. The Tennessean, Nashville, 27 jan. 2022. Available in: https://www.tennessean.com/story/news/2022/01/27/why-didtennessee-school-board-remove-maus-art-spiegelman/9244295002/. Accessed on: 2 apr. 2022.
JUREIDINI, Jon; MCHENRY, Leemon B. The illusion of evidence based medicine. BJM, London, n. 276, p. 1-2, 2022. Available in: https://doi.org/10.1136/bmj.o702. Accessed on: 16 feb. 2023.
LIMA, Kelly Pereira. Onde estão os livros censurados: ainda os efeitos de 64 nas coleções de biblioteca. 2016. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Instituto de Arte e Comunicação Social, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.
NOBRE, Marcos. Ponto final: a guerra de Bolsonaro contra a democracia. São Paulo: Todavia, 2020.
PARECER técnico sobre o expurgo de livros da Fundação Cultural Palmares. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (14 min). Publicado pelo canal GEIRD Bahia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M--de6pkYPA. Acesso em: 20 fev. 2022.
PAULA, Chico de. Censura: o fantasma que volta a assustar bibliotecas brasileiras. Biblioo, Rio de Janeiro, 5 abr. 2019. Disponível em: https://biblioo.info/censura-o-fantasma-que-volta-a-assustar-as-bibliotecasbrasileiras/. Acesso em: 20 fev. 2022.
SCHMITT, Paula. O remédio que prevenia as mortes por hemofilia: mas não do jeito que você pensa. Poder 360, Brasília, 14 out. 2021. Disponível em: https://www.poder360.com.br/opiniao/o-remedio-que-prevenia-as-mortes-porhemofilia-mas-nao-do-jeito-que-voce-pensa-escreve-paula-schmitt/. Acesso em:
fev. 2023.
STYCER, Mauricio. Superinteressante exclui do acervo capa que questionava eficácia de vacinas. Uol Notícias, São Paulo, 2 nov. 2021. Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/colunas/mauriciostycer/2021/11/02/superinteressante-exclui-do-acervo-capa-de-2001-quequestionava-as-vacinas.htm?s=08. Acesso em: 1 mar. 2022.
SUPER INTERESSANTE. Superarquivo. Super.Abril, São Paulo, [2022]. Disponível em: https://super.abril.com.br/. Acesso em: 20 mar. 2022.
TANUS, Gabrielle Francinne Souza Carvalho. A institucionalização da Biblioteconomia crítica e progressista. Em Questão, Porto Alegre, v. 28, n. 1, p. 432-457, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.19132/1808-5245281.432-457. Acesso em: 1 jul. 2022.
USCINSKI, Joseph E.; BUTLER, Ryden W. The epistemology of fact checking. Critical Review, Abingdon, n. 25, v. 2, p. 162-180, 2013. Available in: http://dx.doi.org/10.1080/08913811.2013.843872. Accessed on. 2 mar. 2022.
VALLESPIN, Ivanna. Vetada ‘La Caperucita Roja’ por sexista. El Pais, Barcelona, 11 abr. 2019. Disponible en: https://elpais.com/ccaa/2019/04/10/catalunya/1554930415_262671.html?fbclid=IwAR3bHn-n-jS9oPI3dHhLcsKN43p2WmEe8JgzEl5X53_rTRLHlitwE4oBVo. Acceso en: 2 mar. 2022.
VERGUEIRO, Waldomiro. Censura e seleção de materiais em bibliotecas: o despreparo dos bibliotecários brasileiros. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 16, n. 1, p. 21-26, jan./jun. 1987.
ZUBOFF, Shoshana. A era do capitalismo de vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder. São Paulo: Intrínseca, 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ana Amélia Lage Martins , Jaqueline Santos Barradas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.