MONUSCO e a sociedade civil congolesa
uma crítica pós-colonial ao conceito liberal de construção de paz
DOI:
https://doi.org/10.22456/2178-8839.128778Palavras-chave:
Teorias de Relações Internacionais, MONUSCO, Paz liberal, República Democrática do CongoResumo
O objetivo principal deste artigo é observar a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU), através da Missão das Nações Unidas de Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO), por uma perspectiva pós-colonial, a fim de compreender qual é o efeito do modelo liberal de construção de paz que orienta a instituição sobre as interações entre a MONUSCO e a sociedade civil congolesa. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo e exploratório. A corrente pós-colonial foi mobilizada a fim de evidenciar as propostas e limitações presentes na teoria liberal, dando suporte ao argumento principal de que a forma como os esforços liberais em estabelecer um suposto caráter universalista dos valores europeus e ocidentais trouxe como consequência um formato top-down tanto no planejamento quanto na execução das missões de estabilização da ONU, onde a participação da sociedade civil local nas estratégias de construção de paz e resolução de conflitos é marginalizada. Conclui-se através dessa pesquisa que, apesar dos esforços por parte da MONUSCO para interagir com a população local, ela permanece subjugada pelos valores e métodos liberais da ONU.
Downloads
Referências
BUSSY, J. M., & GALLO, C. J. The Great Lakes Region of Africa: Local Perspectives on Liberal Peacebuilding from the Democratic Republic of Congo. In: RICHMONd, O.P., POGODDA, S., RAMOVIĆ, J. (Eds). The Palgrave Handbook of Disciplinary and Regional Approaches to Peace. Londres: Palgrave Macmillan, 2016, cap. 23, p. 312–324.
CALL, C. T. The Fallacy of the ‘Failed State’. Third World Quarterly. Londres, v.29, n.8, p.1491–1507. 2008. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/01436590802544207.> Acesso em: 05 de out. de 2022.
ECKER-EHRHARDT, M. Why do citizens want the UN to decide? Cosmopolitan ideas, particularism and global authority. International Political Science Review. v.37, n.1, p.99-114, 2016. Disponível em: <https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0192512114540189> Acesso em: 10 de out. de 2022.
GROVOGUI, S. Beyond eurocentrism and anarchy. Memories of international order and institutions. New York: Palgrave Macmillan, 2006.
GROVOGUI, S. The New Cosmopolitanisms: subtexts, pretexts and context of ethics. International Relations. International Relations. v. 19, n. 1, p. 103-113, 2005. Disponível em: <https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0047117805050066> Acesso em: 10 de out. de 2022.
KEOHANE, R. After Hegemony. Cooperation and discord in the world political economy. Princeton: Princeton University Press, 1984.
KRASNER, Stephen D. Structural Causes and Regime Consequences: Regimes as Intervening Variables. International Organization. v.36, n.2, p. 185 - 205, 1982. Disponível em: <https://www.cambridge.org/core/journals/international-organization/article/abs/structural-causes-and-regime-consequences-regimes-as-intervening-variables/19A9938FE30759F777EA8EDC38BF1227> Acesso em: 10 de out. de 2022.
LINKLATER, A. Cosmopolitan citizenship. Citizenship Studies. v. 2, n. 1, p. 23-41, 1998. Disponível em: <https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13621029808420668> Acesso em: 10 de out. de 2022.
KABAMBA, P. Heart of Darkness: Current images of the DRC and their theoretical underpinning, Anthropological Theory. v.10, n.3, p.265–301. 2010. Disponível em: <https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1463499610372248> Acesso em: 10 de out. de 2022. Disponível em. Acesso em: 11 de out. 2022.
KRISHNA, S. Globalization and postcolonialism: Hegemony and resistance in the twenty-first century. Maryland: Rowman & Littlefield Publishers, 2009.
MARTIN, L.; SIMMONS, B. Theories and empirical studies of international institutions. International Organization, Washington D.C, v. 52, n. 4, p. 729-757. 1998. Disponível em. <https://dash.harvard.edu/bitstream/handle/1/3382862/Theories_Empirical.pdf> Acesso em: 11 de out. de 2022.
MOLZ, J. Getting a “flexible eye”: round-the world travel and scales of cosmopolitan citizenship. Citizenship Studies. v.9, n.5, p. 517–531, 2005. Disponível em: <https://www.academia.edu/508003/Getting_a_Flexible_Eye_Round_the_World_Travel_and_Scales_of_Cosmopolitan_Citizenship> Acesso em: 10 de out. de 2022.
NYE, J. KEOHANE, R. Power and interdependence. Nova Iorque: Harper Collin, 1989.
VINCK, P. e PHAM, P. Searching for Lasting Peace: Population-Based Survey on Perceptions and Attitudes about Peace, Security and Justice in Eastern Democratic Republic of the Congo. Cambridge: Harvard Humanitarian Initiative, 2014.
Conselho de Segurança da ONU (CSNU); Acordo de cessar-fogo de Lusaka. 1999. Em: <https://www.securitycouncilreport.org/atf/cf/%7B65BFCF9B-6D27-4E9C-8CD3-CF6E4FF96FF9%7D/ROL%20S1999%20815.pdf> Acesso em: 12 de out. de 2022.
_____________________; Resolução 1493 do Conselho de Segurança. 2003. Disponível em: <https://www.undocs.org/S/RES/1493(2003)> Acesso em: 12 de out. de 2022.
_____________________; No exit without strategy: Security Council decision-making and the closure or transition of United Nations peacekeeping operations. 2001. Disponível em: <https://www.securitycouncilreport.org/atf/cf/%7B65BFCF9B-6D27-4E9C-8CD3-CF6E4FF96FF9%7D/PKO%20S%202001%20394.pdf> Acesso em: 12 de out. de 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Nathalia Déda da Silva, Eduarda Lattanzi

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores(as) mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0, que permite seu uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, bem como sua transformação e criações a partir dele, desde que o(a) autor(a) e a fonte originais sejam creditados. Ainda, o material não pode ser usado para fins comerciais, e no caso de ser transformado, ou servir de base para outras criações, estas devem ser distribuídas sob a mesma licença que o original.
b. Autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores(as) têm permissão para publicar, nos repositórios considerados pela Conjuntura Austral, a versão preprint dos manuscritos submetidos à revista a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores(as) têm permissão e são incentivados(as) a publicar e distribuir online (em repositórios institucionais e/ou temáticos, em suas páginas pessoais, em redes ou mídias sociais, etc.) a versão posprint dos manuscritos (aceitos e publicados), sem qualquer período de embargo.
e. A Conjuntura Austral: journal of the Global South, imbuída do espírito de garantir a proteção da produção acadêmica e científica regional em Acesso Aberto, é signatária da Declaração do México sobre o uso da licença Creative Commons BY-NC-SA para garantir a proteção da produção acadêmica e científica em acesso aberto.