A memória afro-brasileira no município de Nepomuceno-MG:

primeiras impressões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2595-4377.144661

Palavras-chave:

Cultura afro-brasileira, Escrevivência, Memória, História, Nepomuceno-MG

Resumo

Durante muitos séculos, a cultura afro-brasileira esteve na mira de manifestações preconceituosas. Atos e falas refletem o racismo estrutural vigente no país desde os tempos da escravidão. Considerando tal cenário, o projeto "Trabalho, cultura e tecnologia: a escrevivência da memória afro-brasileira no município de Nepomuceno" foi criado com o objetivo de pesquisar os rastros e as manifestações da memória africana e afro-brasileira no município. O projeto foi aprovado como uma ação de extensão do CEFET-MG/Campus Nepomuceno, tendo sido desenvolvido ao longo de dois anos. A pesquisa bibliográfica, o trabalho de campo, as entrevistas semiestruturadas e a análise documental foram os procedimentos metodológicos empregados. O artigo proposto se ocupará de apresentar como foi o desdobramento da pesquisa e qual a relação da memória dos possíveis quilombos existentes na região e o conceito de escrevivências, desenvolvido pela autora Conceição Evaristo. As narrativas coletadas tratam das experiências vividas pela população negra da região e, no entendimento dos pesquisadores envolvidos, contribuíram para a resistência e a preservação da cultura de origem africana no município.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Guedes Vilas Boas

Licenciado e Bacharel em Geografia - UFJF.

Especialista em Ciências Humanas e Saúde - UFJF.

Mestre em Geografia - UFJF.

Doutor em Geografia - UFMG. 

Professor Adjunto - CEFET/MG.

Cristiane Côrtes, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Professora de Língua Portuguesa e Literatura no CEFET MG – Nepomuceno. Investigadora de pós-doutorado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Mestre em Teoria da Literatura e doutora em Literatura Comparada pela UFMG.

Marina Muniz de Queiroz, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Doutoranda em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricospela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora Adjunta do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. 

Referências

ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Listas nominativas de habitantes: 1831-1832. 1832.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 18 dez. 2022.

BRASIL. Decreto nº 11.786, de 20 de novembro de 2023. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/d11786.htm. Acesso em: 12 dez. 2024.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 7. ed. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Obras escolhidas, v. 1).

CARRIL, Lourdes de Fátima Bezerra; BURGOS, Rosalina. Espaço público e lugares de memórias negras: (des)encontros entre sujeitos e o patrimônio histórico urbano. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 104, 2020, p. 83-102.

CARRIL, Lourdes de Fátima Bezerra. Quilombo, território e geografia. Agrária, São Paulo, n. 03, 2006, p. 156-171.

CARRIL, Lourdes. Dimensões dos conflitos territoriais do Brasil: Quilombos e território. Boletim Alfenense de Geografia, Alfenas, v. 1, n. 2, 2021, p. 24-41.

CÔRTES, Cristiane. Diálogos sobre escrevivência e silêncio. In: DUARTE, Constância Lima; CÔRTES, Cristiane; PEREIRA, Maria do Rosário (Orgs.). Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo. 2. ed. Belo Horizonte: Idea, 2018. p. 51-60.

COSTA, Rute Ramos da Silva; FONSECA, Alexandre Brasil. O processo educativo do jongo no Quilombo Machadinha: Oralidade, saber da experiência e identidade. Educação & Sociedade, Campinas, v. 40, 2019, p. 1-17. DOI: 10.1590/es0101-73302019182040.

CUNHA, Débora Alfaia da. Mancalas e tabuleiros africanos: contribuições metodológicas para educação intercultural. Ilustração: Suzana Alfaia da Cunha. Prefácio: Assunção Pureza Amaral. Castanhal, PA: Edição do autor, 2019. E-book (126 p.). Disponível em: https://www.laab.pro.br/projeto/publicacoes/LAAB_e-book%20Mancalas%20e%20tabuleiros%20africanos-2019.pdf. Acesso em: 1 out. 2024.

EVARISTO, Conceição. Gênero e etnia: uma escre (vivência) da dupla face. In: MOREIRA, Nadilza Martins de Barros; SCHNEIDER, Diane (Ed.). Mulheres no mundo, etnia, marginalidade e diáspora. João Pessoa: Idéia, 2005. p. 201-212.

EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. In: ALEXANDRE, Marcos Antônio (Org.). Representações performáticas brasileiras: Teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza, 2007. p. 16-21.

FJP – FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Regiões de planejamento. 3. ed. Belo Horizonte: FJP, 1992. 41 p.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Resultados definitivos do censo demográfico 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2023.

JUST BLANCO, Maria; DE MEDEIROS SILVA, Taciane; TONINI, Isabella Marques; NEDEL OLIVEIRA, Vania Helena. Construindo outras histórias da África e do negro no Brasil: um relato de experiência. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 31, n. 1, 2018. DOI: 10.22456/2595-4377.84470.

LIMA, Douglas. Libertos, patronos e tabeliães: a escrita da escravidão e da liberdade em alforrias notariais. Belo Horizonte: Caravana Grupo Editorial, 2020.

LUCAS, Glaura. Os sons do Rosário: O Congado mineiro dos Arturos e Jatobá. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

MARTINS, Saul. Congado: família de sete irmãos. Belo Horizonte: SESC, 1988.

OLHO DE PILÃO. Produção de Monique Olive. YouTube, 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ettBvERs9uY&t=11s. Acesso em: 12 dez. 2024.

OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. 4. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.

REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil. Revista USP, São Paulo, n. 28, 1996, p. 14-39. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.v0i28p14-39.

REIS, Débora dos Santos; CALADO, Maria da Glória. Diálogos possíveis entre educação antirracista e decolonial: vozes insurgentes, pedagogias críticas e a Lei 10.639/03. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 33, n. 2, 2020. DOI: 10.22456/2595-4377.106177.

RUÍDO BRANCO. Produção de Monique Olive. YouTube, 2023. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_PeygIrCqT0&t=4s. Acesso em: 12 dez. 2024.

SALGADO, João Amílcar. Nepomuceno: síntese histórica. Belo Horizonte: FUMARC, 2017.

SANTOS, Celso José dos. Jogos africanos e a educação matemática: semeando com a família Mancala. Maringá: Secretaria de Estado da Educação, 2008.

SHANIN, Teodor. La clase incómoda: Sociología Política del Campesinado en una Sociedad en Desarrollo (Rusia 1910-1923). Madrid: Alianza Editorial, 1983.

SOARES, Dalva Maria. “Muita religião, seu moço!”: entre santos, espíritos, pretos velhos, pombas-gira e nkisis. Aceno – Revista de Antropologia do Centro-Oeste, Cuiabá, v. 4, n. 8, 2017, p. 146-163.

VILAS BOAS, Lucas Guedes. A atuação das cooperativas agropecuárias na agricultura familiar do município de Nepomuceno-MG: integração ao modo de produção capitalista e perda de soberania alimentar. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal de Minas Gerais, 2019. 329 p.

Downloads

Publicado

05-05-2025

Como Citar

VILAS BOAS, L. G.; CÔRTES, C.; MUNIZ DE QUEIROZ, M. A memória afro-brasileira no município de Nepomuceno-MG: : primeiras impressões. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 38, 2025. DOI: 10.22456/2595-4377.144661. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/CadernosdoAplicacao/article/view/144661. Acesso em: 23 jun. 2025.