O Flamengo, os corpos pretos e as relações de devires
DOI:
https://doi.org/10.22456/2595-4377.141924Palavras-chave:
Corpos pretos, Flamengo, Devir, Racismo, FutebolResumo
O presente escrito tem como objetivo interpelar relações em devir entre o Flamengo e os corpos pretos demarcados pela apropriação e ressignificação de signos/traços de sua massiva torcida por termos pejorativos que podem ser vistos como depreciações racistas. Desse modo, o ensaio tensiona os usos incorporados e ressignificados pelo Flamengo de sua mascote, “urubu”, e do uso de termos recorrentes para fazer menção ao seu torcedor: “favelado” e “mulambo”. Estes signos/traços, ao serem utilizados de forma pejorativa para descrever os corpos pretos de sua torcida, também trazem consigo a potência do devir na medida em que oferecem condições de possibilidade para uma ação política no interior da estrutura do racismo, que pode evadir pela via da atividade pedagógica da escrita de outras possibilidades de contar histórias. Conclui-se que, se por um lado, o Flamengo se tornou o que é ao ser uma espécie de catalisador ao tempo que dá corpo para os afetos do povo preto e favelado, por outro, tal povo, foi capaz de operar novas maneiras de se dizer, ao ecoarem, Brasil afora, que Flamengo é time de preto!
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