Estratégias de mediação de escrita no Ensino Médio em busca de espaços para as subjetividades
DOI:
https://doi.org/10.22456/2595-4377.138401Palavras-chave:
Mediação de escrita, Estratégias de mediação , Espaços para as subjetividadesResumo
Este artigo analisa estratégias de mediação de escrita em um processo de ensino-aprendizagem com espaços para as subjetividades em turmas de segundo ano do Ensino Médio de uma escola federal de Porto Alegre. A pesquisa buscou diferenciar uma escrita burocrática (GRIGOLETTO, 2011) de uma com espaço para as subjetividades, ou seja, destituída da contenção imposta por modelos estabelecidos. Como fundamentação teórica, adotamos a concepção bakhtiniana de linguagem e de escrita como práticas sociais indissociáveis do contexto sócio-histórico (BAKHTIN, 2011). De cunho qualitativo-interpretativo, a pesquisa se caracteriza como uma pesquisa-ação (THIOLLENT, 2009). A mediação de escrita fundamentou-se nas seguintes qualidades discursivas: unidade temática, concretude e questionamento (GUEDES, 2009). Os dados utilizados para a análise foram os textos dos estudantes, os bilhetes orientadores de reescrita (MANGABEIRA; DA COSTA; SIMÕES, 2012) e os registros em diários de campo (GIL, 2008), e os resultados foram cotejados com os dados de uma pesquisa anterior realizada em situação de ensino remoto. A leitura em voz alta dos textos produzidos e os espaços de aula destinados à elaboração dos textos possibilitaram a descoberta de novas estratégias no ambiente presencial, quais sejam: a interlocução imediata e a resolução de dúvidas sobre o bilhete orientador.
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