O estereótipo e a representação do negro na literatura brasileira do século XIX

entre fissuras e cristalizações de discursos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2595-4377.131275

Resumo

O império do discurso colonial na produção literária brasileira tem fundas raízes e se consolida através da representação de modelos interessados em manter a ordem de dominação racial e econômica. Tais modelos cristalizam personagens negros como devassos, infantis e, acima de tudo, vazios de agência histórica. Sendo assim, neste artigo, objetivamos recuperar alguns possíveis registros de agência dentro da literatura brasileira do século XIX, para isso, analisamos três obras de diferentes autores brancos contendo relações entre escravizados e não escravizados em contraste com duas obras de dois autores negros, nas mesmas condições. Nossa análise teve como base o conceito de discurso proposto por Michel Foucault, citado por Djamila Ribeiro em ‘Lugar de fala’, alinhado com a noção de fixidez e estereótipo, de Homi K. Bhabha, como signo da diferença racial na construção ideológica da alteridade. Com isso, percebemos como, através da deslegitimação de discursos desviantes da reprodução colonial, a representação da agência de personagens negros na literatura brasileira tem sido apagada de nossa história. Nesse sentido, esta pesquisa visa incorporar os estudos ao campo educacional através de novas perspectivas de análise literária, atuando na abertura de fissuras no nosso cânone e dando visibilidade a novos discursos.

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Biografia do Autor

Enio Rodrigues Pinheiro Ferreira, UFRGS

Acadêmico do curso de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bolsista IC-CNPq

Marcia Cristina Roque, UFRGS

É Doutora e Mestre em Literatura Brasileira e licenciada em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Literaturas de Língua Inglesa (2006). Professora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Adauto Locatelli Taufer, UFRGS

Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui graduação em Letras pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2004), mestrado em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGLET/UFRGS-2007) e doutorado em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGLET/UFRGS-2011). Atua como docente e como integrante da equipe de coordenação no Curso de Especialização em Ensino de Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica (IL/UFRGS e CAp/UFRGS).

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Publicado

11-09-2023

Como Citar

FERREIRA, Enio Rodrigues Pinheiro; ROQUE, Marcia Cristina; TAUFER, Adauto Locatelli. O estereótipo e a representação do negro na literatura brasileira do século XIX: entre fissuras e cristalizações de discursos. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 36, 2023. DOI: 10.22456/2595-4377.131275. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/CadernosdoAplicacao/article/view/131275. Acesso em: 11 ago. 2025.

Edição

Seção

Temática Especial 1