O estereótipo e a representação do negro na literatura brasileira do século XIX
entre fissuras e cristalizações de discursos
DOI:
https://doi.org/10.22456/2595-4377.131275Resumo
O império do discurso colonial na produção literária brasileira tem fundas raízes e se consolida através da representação de modelos interessados em manter a ordem de dominação racial e econômica. Tais modelos cristalizam personagens negros como devassos, infantis e, acima de tudo, vazios de agência histórica. Sendo assim, neste artigo, objetivamos recuperar alguns possíveis registros de agência dentro da literatura brasileira do século XIX, para isso, analisamos três obras de diferentes autores brancos contendo relações entre escravizados e não escravizados em contraste com duas obras de dois autores negros, nas mesmas condições. Nossa análise teve como base o conceito de discurso proposto por Michel Foucault, citado por Djamila Ribeiro em ‘Lugar de fala’, alinhado com a noção de fixidez e estereótipo, de Homi K. Bhabha, como signo da diferença racial na construção ideológica da alteridade. Com isso, percebemos como, através da deslegitimação de discursos desviantes da reprodução colonial, a representação da agência de personagens negros na literatura brasileira tem sido apagada de nossa história. Nesse sentido, esta pesquisa visa incorporar os estudos ao campo educacional através de novas perspectivas de análise literária, atuando na abertura de fissuras no nosso cânone e dando visibilidade a novos discursos.
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