TRENTINOS E ITALIANOS NA PERIFERIA DA COLÔNIA BLUMENAU

Autores

  • Norberto Dallabrida Universidade do Estado de Santa Catarina

Palavras-chave:

Trentinos, italianos, Colônia Blumenau, paroquia, cooperativa

Resumo

A Colônia Blumenau, localizada no Médio Vale do Itajaí-Açu e parte integrante da Província de Santa Catarina, foi formada inicialmente por alemães, mas, a partir de 1875 passou a ser ocupada por imigrantes trentinos e italianos. Inicialmente estabeleceram-se na Colônia Blumenau os trentinos, súditos do Império Austro-Húngaro de fala italiana, e, em seguida, os italianos – especialmente do Vêneto e da Lombardia. Este artigo procura compreender duas dimensões da colonização empreendida pelos imigrantes trentinos e italianos na periferia da Colônia Blumenau desde a chegada da primeira leva deles (1875) até a Primeira Guerra Mundial. Por um lado, procura colocar o foco sobre a ocupação do espaço colonial, baseado na pequena propriedade familiar policultora, mas também acerca da constituição de sociedades cooperativas. De outra parte, explora a nucleação comunitária em torno das capelas identificadas pelo santo padroeiro, bem como pela disputa pela sede paroquial, que conferia distinção social. Por meio do estabelecimento de sedes paroquiais e de cooperativas, esses imigrantes lutaram por sua autonomia religiosa e econômica em relação ao domínio germânico na Colônia Blumenau.

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Biografia do Autor

Norberto Dallabrida, Universidade do Estado de Santa Catarina

Graduação em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (1988), graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1984), mestrado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (1993) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2001). Realizou estágio pós-doutoral na Universidad de Alcalá de Henares (2013) e atuou como professor visitante na Université Paris Nanterre (2019).

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

Dallabrida, N. (2024). TRENTINOS E ITALIANOS NA PERIFERIA DA COLÔNIA BLUMENAU. Revista Do Instituto Histórico E Geográfico Do Rio Grande Do Sul, (167). Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/revistaihgrgs/article/view/140954